segunda-feira, 21 de março de 2011

Sexo sem Compromisso

(No Strings Attached. Ivan Reitman, US, 2011).

Quem me conhece sabe que eu tenho uma birra violenta contra categorias fechadas, mesmo que eu mesma não consiga me livrar delas. Para mim, o problema dos gêneros muito específicos no cinema é que há como uma "receita de bolo" ligada a eles.

Digo isso agora em relação às comédias românticas, em que alguns elementos parecem meio obrigatórios: os melhores amigos desastrados dos bonitinhos protagonistas; parentes enrolados e maluquinhos; situações inusitadas; a correria no final - seja no aeroporto, teatro, rua, lago... Enfim. Tenho notado que há uns dois anos as comédias românticas, mesmo que leves e fofas, têm ficado menos bobas, com diálogos mais legais.

No entanto, Sexo sem Compromisso me deixou triste porque quase chega lá, mas para mim acabou por se atrapalhar na receita. O filme e a história de Adam e Emma (Ashton Kutcher e Natalie Portman) ficou solta, os melhores amigos ficaram sonsos, o pai enrolado se mostrou caricato - mesmo que interpretado por Kevin Kline, que eu adoro. Bom, tudo bem, vale aqui uma ressalva: eu bebi três litros de coca-cola antes do filme, no almoço, e saí por duas vezes para ir ao banheiro. Talvez não tenha me prendido na história o suficiente, ou talvez o filme seja tosco mesmo. Um pouco mais de cuidado - um elemento que está muito ausente dos filmes hoje - poderia permitir que se contasse a história com menos tapacadas.


Algumas coisas eu achei muito legais. A primeira vez de Adam e Emma juntos, uma cena muito boa: sem música, sem tempo suspenso. O sexo ali, sem jeito e apressado, com os dois personagens muito transparentes (ia colocar nus, mas isso é óbvio...haha). Esta é outra coisa legal: ninguém sai da cama de cueca, sutien, terno e gravata: depois do sexo, eles levantam nus mesmo. Ufa. Adam é um personagem de que gostei, coerente, que fez sentido para mim. A mágoa e a angústia dele contrastam com o exagero de Emma, que  um pouco lovephobic demais - quase um caso psiquiátrico... No entanto, o final conseguiu me tranquilizar.  

Por fim, uma última coisa favorita: quem não viu o filme, não vai entender, e eu não vou contar, mas o "period mix" ficou engraçado... bleeding songs for TPM moments. Muito muito trash, e muito, muito divertido.

2 comentários:

  1. Ontem fugi de tudo e todos e fui ao cinema sozinha e assisti a esse filme. Não poderia concordar mais com absolutamente tudo que o que falou e adorei a lovephobic. hahaha.... concordo comTUDOOOOOO que você disse.

    ResponderExcluir
  2. Fugir para ir ao cinema é tudo. Se for mais de uma sessão... perfeito.

    ResponderExcluir