Quem me conhece sabe que eu tenho uma birra violenta contra categorias fechadas, mesmo que eu mesma não consiga me livrar delas. Para mim, o problema dos gêneros muito específicos no cinema é que há como uma "receita de bolo" ligada a eles.
Digo isso agora em relação às comédias românticas, em que alguns elementos parecem meio obrigatórios: os melhores amigos desastrados dos bonitinhos protagonistas; parentes enrolados e maluquinhos; situações inusitadas; a correria no final - seja no aeroporto, teatro, rua, lago... Enfim. Tenho notado que há uns dois anos as comédias românticas, mesmo que leves e fofas, têm ficado menos bobas, com diálogos mais legais.
No entanto, Sexo sem Compromisso me deixou triste porque quase chega lá, mas para mim acabou por se atrapalhar na receita. O filme e a história de Adam e Emma (Ashton Kutcher e Natalie Portman) ficou solta, os melhores amigos ficaram sonsos, o pai enrolado se mostrou caricato - mesmo que interpretado por Kevin Kline, que eu adoro. Bom, tudo bem, vale aqui uma ressalva: eu bebi três litros de coca-cola antes do filme, no almoço, e saí por duas vezes para ir ao banheiro. Talvez não tenha me prendido na história o suficiente, ou talvez o filme seja tosco mesmo. Um pouco mais de cuidado - um elemento que está muito ausente dos filmes hoje - poderia permitir que se contasse a história com menos tapacadas.
Algumas coisas eu achei muito legais. A primeira vez de Adam e Emma juntos, uma cena muito boa: sem música, sem tempo suspenso. O sexo ali, sem jeito e apressado, com os dois personagens muito transparentes (ia colocar nus, mas isso é óbvio...haha). Esta é outra coisa legal: ninguém sai da cama de cueca, sutien, terno e gravata: depois do sexo, eles levantam nus mesmo. Ufa. Adam é um personagem de que gostei, coerente, que fez sentido para mim. A mágoa e a angústia dele contrastam com o exagero de Emma, que um pouco lovephobic demais - quase um caso psiquiátrico... No entanto, o final conseguiu me tranquilizar.
Por fim, uma última coisa favorita: quem não viu o filme, não vai entender, e eu não vou contar, mas o "period mix" ficou engraçado... bleeding songs for TPM moments. Muito muito trash, e muito, muito divertido.
Ontem fugi de tudo e todos e fui ao cinema sozinha e assisti a esse filme. Não poderia concordar mais com absolutamente tudo que o que falou e adorei a lovephobic. hahaha.... concordo comTUDOOOOOO que você disse.
ResponderExcluirFugir para ir ao cinema é tudo. Se for mais de uma sessão... perfeito.
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