quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lazy Amélie...

A vida é repleta de contradições, eu sei. Mas, às vezes, elas entram em choque entre si... O que me faz estar aqui no Viagens de Amélie é justamente o que, por outras vezes, me afasta dele... A intensidade com que uma história me toca.

Quando fui assistir a Pronta para Amar (A Little Bit of Heaven, Nicole Kassel, US, 2011 - e o que falar da tradução do título para o pt???) já sabia um pouco da história da personagem de Kate Hudson (Yoko Hudson, que quase me fez não chegar ao filme...) e sua jornada contra um câncer terminal. Não pus muita fé no filme, porque o trailer é realmente péssimo, e o poster tampouco ajuda muito. 

Mas o filme é de arrasar.

Se ele é bom ou não, nem sei dizer. Para mim, ele foi um espelho. Gostei muito de como a doença foi um pouco desmistificada e retratada de outras formas. Mas, sobretudo, me vi muito nas reações de Marley - sua tentativa de ser forte diante de um diagnóstico ruim; seus medos; sua vontade de ficar sozinha ao mesmo tempo em que espera o apoio do universo e mais um pouco, rs. Sua frustração com quem está próximo - aqueles que acabam realmente arcando com  dificuldades que não são deles e, por isso mesmo, os que seguram  mais as pontas e dão realmente um grande apoio. As mudanças de humor, as expectativas desencontradas, o medo de se aproximar demais das pessoas... tudo estava li, e conversou muito profundamente comigo. Essas comédias românticas e suas histórias surpreendentes...

Amei o filme, mas escrever sobre ele não me agradava muito.Mas viu? Nem doeu. E agora o Viagens pode seguir seu curso.

Eu gosto muiiiiiiito de filmes de terror, mas não vou muito ao cinema para vê-los porque esse é o único gênero a que não assisto sozinha. Fui assistir a Apollo 18 - A Missão Proibida (Apollo 18, Gonzalo López-Gallego, US/Canadá, 2011) com a minha pequena, já que a censura permitia. Ela não entendeu nada, porque, além de legendado, ele se propõe a ser um documentário perdido da missão Apollo 18, oficialmente cancelada pela Nasa, mas que teria ocorrido e teria sido desastrosa. Eu gostei do tema e do formato do filme, mas está cada vez mais difícil achar um filme de terror interessante. Mas continuamos tentando...rs.

Crazy, stupid love  eu revi  com duas amigas queridas, Lu e Renatinha, que não mora aqui e nunca haviam ido a um Drive In - e nós aqui em Brasília nem damos tanto valor a ele!

Com as kids, eu vi Manda Chuva - O filme (Don Gato y su Pandilla, Alberto Mar, México/Argentina, 2011), desenho de que eu sempre gostei quando criança, mas que foi uma chatice como filme. Em O Zelador Animal (Zookeeper, Frank Coraci, US, 2011) nós rimos muito, mas o filme é quase infame. Finalmente, Winter, O Golfinho (Dolphin Tale, Charles Martin Smith - nunca vi tanto nome genérico numa pessoa só -, US, 2011) prendeu o olhar das crianças durante quase toda sua duração. Mas, ao final, como estávamos somente nós no cinema, elas saíram correndo pela sala... enquanto eu, que sempre achei filme de golfinho uma cafonice, chorava copiosamente. A ligação de Winter, um golfinho sem cauda, com as pessoas deficientes é grande, e aí emocionou mesmo.

Saí do filme pensando nessa de cafonice... Não tem como fugir de certos filmes. História de patinação no gelo (lembra da patinadora que fica cega e, ao final, na sua apresentação, ela é maravilhoooooooooosa, mas tropeça nas flores?), esquiadora que sofre acidente, fica paraplégica e perde o noivo (desse eu tenho até a trilha sonora com a foto da esquiadora), golfinhos que ajudam crianças que se sentem inadequadas e rejeitada... E o infinito se mostra. Mas todos eles me capturam, e já desistir de lutar contra isso, rs.

Conan, o Bárbaro (Conan The Barbarian, Marcus Nispel, US, 2011) é tão ruim que fica bom. De verdade. Curti demais, diverti e ainda aproveitei para olhar bem para Jason Momoa, o Khal Drogo de Game of Thrones e que acho uma coisa desde North Shore, uma série de TV a que somente eu assisti... E o sangue está jorrando até agora. 

PS: No poster, Momoa parece um Antonio Banderas de cabelo comprido... mas ele é more, muito more...rs.

Larry Crowne - O Amor Está de Volta (Larry Crowne, Tom Hanks, 2011) é um filme com uma idade, autoria e estética muito definidas em mim. Tom Hanks está envelhecendo, e seus filmes o estão acompanhando, andando com ele, o que eu acho legal. Só que apresentam o esperado, e isso tira um pouco da curtição. Mas Larry Crowne é uma história fofinha, e Tom Hanks com Julia Roberts combinam bem.

Minha irmã de coração escreveu um post bonito sobre algo que lhe chamou a atenção no filme - e que teria passado despercebido por mim se não fosse por ela. Thanks, Sis! Vai o link: http://batendoperna.blogspot.com/2011/09/brevidade.html

Cowboys & Aliens (Jon Favreau, US/Índia, 2011) eu curti demais. Fun fun fun! Cowboys e aliens juntos, sério? Muito legal. E ver Harrison Ford nas telas, canastrão querido, é muito bom.  Eu li e concordei que o título poderia não entregar o encontro inusitado, já que a surpresa iria ser surreal! 

Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids, Paul Feig, US, 2011) seria de cair da cadeira se eu não tivesse assistido ao filme sentada no chão. Junto a sis querida e família, fui assistir a esse que foi um filme que esperei muito para ver, no Drive In, numa noite meio fria. No cobertor de pic-nic que trouxemos da Inglaterra, o chão frio não incomodou muito, e assim pudemos rir um tanto que não poderíamos numa sala fechada. 

Li muito a respeito do filme antes de assistir a ele, e esperava realmente demais. A expectativa não é uma companhia muito boa para entrar conosco no cinema, e ela realmente estragou um pouco a minha experiência com Bridesmaids, que é engraçadésimo e divertido, mas não é tudo que esperava pelo li.. Por isso não gosto de saber muito dos filmes antes de conhecê-los. A surpresa, sim, é uma companhia boa, mas um pouco rara hoje em dia. 

Memória:

Ontem, de forma súbita e inesperada, o querido mestre da minha mestra partiu. Deixou toda a admiração que despertou em mim, o carinho de tê-lo conhecido e a tristeza por sabê-lo ausente.


Milton José de Almeida contou, para mim, da memória, da arte, do conhecimento e, sobretudo, do cinema com a intensidade e beleza que colocava nas suas pesquisas. Seu livro, Cinema, Arte da Memória (Campinas: Autores Associados, 2010) é companhia constante nos meus estudos. Um olhar cuidadoso e genial.

Sua pessoa, impressionantemente querida, é agora uma lembrança boa no meu coração.