quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sucker Punch

(Zack Snyder, US-Canadá, 2011).



Ontem eu saí do cinema encantada, em estado de suspensão com a delicadeza e complexidade com que Susanne Bier trouxe o emaranhado da violência na vida das pessoas.

Hoje, entrei numa sala de cinema para ver a erotização da violência numa história idiota (desculpa, mas não tem outra palavra - quer dizer, tem, mas é muito pior), disfarçada de inovação narrativa e resistência à opressão. E aqui me veio uma grande confusão, porque alguma coisa não parecia encaixar no  filme diante dos meus olhos.  

Assim, não consegui, naquele momento, entender o que via. A ação é muita, rápida e constante. As imagens são muito bem construídas. Mas inverto o que já falei aqui antes: se a forma é revolucionária, o conteúdo precisaria ser revolucionário também.

Saí do cinema e a confusão se esvaiu. No seu lugar, veio a raiva e uma reação muito forte ao filme e ao que, para mim, é de uma irresponsabilidade extrema. Não há violência suficiente sem que a tornemos atraente? 

Mas isso foi o que senti. E às vezes (só às vezes???) meus sentidos são extremos. Talvez minha reação a Sucker Punch não seria tão intensa se não tivesse assistido a Em Um Mundo Melhor ontem. Bom, a conversa com o cinema é assim, os filmes compõem o nosso sentir, tecem a nossa percepção. Não dá para isolar o que Bier me presenteou ontem e ignorar o murro que Znyder me deu hoje.

PSÇ Vale dizer que o que mais me atraiu no filme foi o título. Lembrou-me Soco na Cara, o filme que Bella decide ver em Lua Nova com os dois moleques a fim dela.  Great.

Nenhum comentário:

Postar um comentário