segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cópia Fiel


Walter Benjamin, em sua tese de livre-docência - Origem do Drama Trágico Alemão - refere-se à melancolia inerente à perda do original. A obra de arte original. A língua original. A pessoa original - aqui no sentido de quem seria a pessoa além das aparências. Originais que se perdem na cópia, na tradução, na representação.

Cópia Fiel (Copie Conforme, Abbas Kiarostami, França-Itália-Bélgica, 2010), traz aspectos da tese de Benjamin em filme. Lindo, cativante, sua maior contribuição para mim não vou expor aqui. Mistério não, só preciso pensar nela com mais cuidado e carinho.

A trama inicial como a original em uma narrativa também aparece aqui. A história muda, sem quebra, somente pelos diálogos. E então nos perguntamos o que é verdade e o que é imaginação. O que é original e o que é invenção. Perceber que nada é tão original ou tão cópia me ajudou a viajar pelo filme e a conversar melhor com ele.

Dívida grande com Lúcio, que me chamou a atenção para o filme mesmo sem tê-lo visto. Adorei.

(A postagem é de hoje, mas vi o filme ontem.)

Um comentário:

  1. Já estou procurando para baixar. Adoro filme europeu, eles são tão intensos e sensíveis.

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