sexta-feira, 25 de novembro de 2011

What's a Wedding Without some Family Drama???



Ou, para ser fiel ao sotaque, drwaaaaaaaama???

Hoje, sexta-feira 25.11.2011, faz uma semana que o quarto e penúltimo filme da Saga Crepúsculo estreou mundialmente.





No dia da estreia, 18.11, às 14h30, eu já havia assistido ao filme três vezes... não por minha opção, mas também, sem  dúvida, não contra a minha vontade...rs. Afinal, desde a estreia do primeiro filme, Twilight, em 2008, tem sido uma prática quase rotineira ir ao cinema para encontrar Bella e Edward (and, yeah, yeah, Jacob) nas salas de projeção, mesmo que as adaptações não consigam chegar aos pés da emoção que os livros me trouxeram.

Breaking Dawn Part 1 (Amanhecer. Bill Condon, US, 2011) eu vi, pela primeira vez, na pré-estreia, na sessão de 00h00 no Cinemark. Essa é outra tradição: desde o primeiro filme, chego ao Cinemark para a pré-estreia. Com quem eu vou é também um reflexo de como a saga foi se tornando mais conhecida a partir do lançamento do primeiro filme: Em 2008, para Twilight (Crepúsculo.Catherine Hardwike, US, 2008), eu fui alone in space, sentando na primeira fileira entre pessoas histéricas que gritaram todo o filme. Hohoho, como diz minha sis, me senti em casa. Foi uma experiência tão bacana, que, no ano seguinte, para New Moon (Lua Nova. Chris Weitz, US, 2009) eu já comprei o ingresso com mais antecedência e para duas pessoas!!! Que ousadia... Novamente, agora na companhia divertida da Paty, muitos gritos e diversão. O segundo filme estava um pouco melhor produzido, mas ainda muito aquém dos livros. Em 2010, para Edipse (David Slade, US, 2010), já comprei dez ingressos, rs. Foi uma galera enorme, dividida entre os assentos disponíveis. Muita pipoca e gritos para compensar  aquele que, para mim, foi a pior adaptação da saga até agora - decepção eterna com o diretor de 30 Dias de Noite!

Em outubro de 2011, comprei 8 ingressos para Breaking Dawn Part 1, dessa vez numa sala especial, com lugares marcados. Hummmm, a coisa está melhorando. Amigos que se mudaram, outros viajando, o número de ingressos diminuiu, mas passou para nove na última hora. 

Eu acabei sentada longe da galera, na primeira fileira, diante de uma tela gigante. E a diferença, dessa vez, não foi só essa.



Como não poderia deixar de ser, cenas toscas ainda estão ali. A conversa mental dos lobos em voz robótica é uma das cenas mais constrangedoras que já vi. A coluna da Bella se acertando parece um boob job automático. Bom, essas foram as piores, e nem foram tantas assim : ). Bom, pelo menos o Brasil apareceu em cenas mais verossímeis - linda a imagem do Cristo com  uma trilha de fundo bonita -, com uma Lapa fervendo e o português de Robert Pattinson menos sofrível que o "vou sentirr saudadchiiiiiiiii de voucê" de Javier Bardem em Comer, Rezar, Amar.


Outra diferença: os gritos diminuíram... daí já pude perceber como o filme estava prendendo atenção, porque dele não dava para se desviar muito. Não vinha a vontade de gritar, só de ficar ali, seguindo com a trama. Esse foi um up considerável, rs.  



Chamou-me a atenção, no entanto, também diferentemente dos outros filmes, a quantidade de cenas boas. Afinal, neste capítulo da história, muitas coisas importantes acontecem, e eu estava realmente com medo. Mas uma produção mais cuidada, uma direção de atores que se faz presente, os personagens mais soltos e complexos me deixaram surpresa. Porque, no que se referre às adaptações da saga, eu aprendi realmente a esperar o pior. Outro recurso de que gostei e é coerente foi o destaque ao ponto de vista de Bella, que narra os livros em primeira pessoa, em várias cenas. A primeira pessoa da narradora havia se perdido nos segundo e terceiro filmes.



Amanhecer consegue ser fofo, ainda que com algumas cenas realmente assustadoras e fortes. Assim é a saga. A emoção e a intensidade da história de Bella e Edward (or The Hair, como diria Jessica...) não foi ignorada em nome de um roteiro insípido e bobo que pretenderia ressaltar a ação... sei. O amor dos dois fica palpável, forte, impossível, como é nos livros. O que, nas telas, não convenceria como na escrita, Bill Condon amenizou e deu humor, como na cena do desfile de lingerie. O título deste post é uma dessas tentativas, e a frase de que mais gosto no filme... No comecinho ainda, foi a partir dela que percebi que poderia estar vendo uma adaptação diferente das outras.



Não, minto. A minha percepção veio numa cena em que Alice, segurando os sapatos de Bella e o que eles significam para a história, pára e, no seu olhar, podemos ver toda a torcida, a felicidade, a satisfação por um desfecho feliz. Que não seria assim ela ainda não sabia, rs. Mas, enfim, durante todo o filme há momentos em que os personagens param e respiram, lembram e nos fazem lembrar. Contam das suas emoções em olhares que fazem sentido, e não em uma trama asséptica que nem de longe de aproxima da intensidade que me prendeu nos livros. 


Um recurso que ajudou muito nessa ligação foi que o quarto filme remete muito ao primeiro. Este, apesar de uma produção pobre, uma maquiagem infame, cenas tosquíssimas,  ainda é a referência da adaptação da saga no cinema. Lua Nova e Eclipse, ao tentarem se afastar de tudo que o filme tinha de infame, se esqueceram de manter o que ele tinha de bom. E havia algo? Sim, havia. Tanto que, presente em uma produção e direção melhores, esse bom me emocionou em Breaking Dawn Part 1.



A volta de Carter Burwell na composição da trilha original é um desses trunfos. Seu score não chega aos pés do que compôs para Twilight, mas o retorno de Bella's Lullaby traz uma emoção forte a algumas cenas, principalmente a final. Flightless Bird, American Mouth ( Iron & Wine), reaparece num momento super oportuno, conferindo sentidos intensos e reminiscências ao um momento importante. As imagens da busca na internet que Edward faz remete àquela feita por Bella no primeiro filme, quando tenta entender quem era aquela criatura por que se apaixonava. A casa dos Cullen retorna à do primeiro filme... Típico, não é? O fim remete ao início... e se torna irresistível assim.



A trilha sonora de um filme sempre foi fundamental para mim. As minhas maiores referências musicais hoje vêem do cinema. Ao ouvir uma música, ela me leva à vivência do filme. Algumas são muito fortes e me surpreendem em momentos inesperados. Mas o que as marca para mim é a sua permanência... e como constroem as imagens de uma narrativa juntamento com as imagens projetadas na tela. 

Nesta semana, várias músicas de Breaking Dawn ficaram comigo, e aí soube como o filme havia realmente me tocado. Porque elas permaneceram, houve emoção. A narrativa chegou ao meu coração, ao meu imaginário, ao sonho e não apenas ao racional. Bem precioso esse alcance. 

But... e sempre há um but, essa foi a trilha mais fraca dos quatro filmes. Muito pop, menos indie como as outras, mais dispensável. A ausência de MUSE foi heresia total... Mas o que foi bom, e em cenas fundamentais, valeu a pena. 

Cold (Aqualung and Lucy Schawrtz) tem estado muito comigo. Presente em um dos momentos mais fortes do filme, e de que mais gostei, conferiu força às cenas. Eu tento comentar o filme sem spoilers, mas a complexidade que a relação de Bella e seu vampire atinge aqui é o que dá força à história dos dois.


As músicas melancólicas me pegam pelo pé... adoro. Já me disseram que é por serem mais melódicas... pode ser. Mas as músicas melancólicas em filmes me agarram fortemente, e narravam a história para mim, suas emoções, mais que as imagens. Nesta trilha, além de Cold, Requiem on Water (Imperial Mammot) me comoveu também - outra cena querida e intensa...




From Now On (The Features) tornou a lua de mel engraçada, divertida e ágil. Uma música mais alegre que me acompanha quando lembro do filme. Ela dá som às partidas de xadrez, com peças vermelhas e brancas, como na capa do livro (e como a maçã que Edward oferece a Bella no primeiro livro... viu?, outra referência ao filme de Hardwicke).




Mas, num filme, há, para mim, aquela música que continua a me trazer a histórias e seus sentidos, sentimentos, emoções e reminiscências sempre que as ouço. Algumas trilhas, como a de Amélie Poulain, são compostas por notas recorrentes que criam uma identidade com a narrativa. Em Breaking Dawn, a melodia que cria essa identidade é A Thousand Years (Christina Perri), o tema oficial do filme. Assim, ela aparece em dois momentos importantíssimos da trama e ao final, nos créditos. Separada do filme, eu a acharia boba e esquecível. Presente nas maiores conquistas de B&E, eu me apaixonei por ela intensamente. Quando a ouço, tudo que a história representa para mim volta em imagens e sons.




O tema de um filme traz, em melodia, muito do que é a história. Na Saga Crepúsculo, os temas principais foram muito felizes, mesmo que não fossem as músicas mais legais da trilha, a meu ver (mas quase eram..rs). Voltando aos outros filmes da saga, e já pedindo desculpas pelo post imenso, trago os outros temas.


Para Twilight, Haley Williams, do Paramore, entrou em contato com a produção e pediu para fazer o single do filme, já que gostava tanto dos livros. Ao final do primeiro filme, eu não a conhecia, mas acompanhei Decode durante os créditos finais, achando divertido as meninas que pulavam pela escada ao som da música. Marcela se refere a ela como "a mulher que grita" e hoje é uma fan de Paramore. O clip é legal também, como são todos esses dos temas princpais: Uma história engraçada minha com a música, na minha tabaquice de sempre, é que quando ouvia a letra: what kind of men that you are? If you are a man at all... eu pensava, wow, não precisa pegar pesado... mas aí entendi o contexto. Vampiro não é homem, ser humano...right? rs.




Foi de gritar quando soube que a minha banda amada super querida, Death Cab for Cutie ia ser a responsável pelo single em Lua Nova - que, aliás, traz uma das melhores trilhas, a meu ver. Uma trilha vergonhosamente - sem exageros, rs - subutilizada no filme. Um exemplo é Satelite Heart (Anya Marina - o link aqui é para o vídeo no Youtube), uma música fofa, que toca no rádio do truck de Bella por segundos... Não disse? Vergonhoso. Algumas foram bem colocadas, como Hearing Damage (Radiohead  - ahhhhhhhhhhhhhhhhhh) e   Meet me on the Equinox, do DCFC, eu adoro:




Em Eclipse, nova mancada, apesar da trilha ser boa também. Neutron Star Collision, do MUSE (super ahhhhhhhhhhhhhh) é linda, forte, o clip é bonito que só... mas ela toca por segundos na festa de formatura, em vez de fechar o filme em grande estilo (pelo menos isso ia ser legal numa produção fria e sem ritmo). 





Para quem não sabe, Stephenie Meyer, autora da saga, agradece efusivamente ao MUSE pela inspiração na escrita do filme. Segundo ela ( e eu também, rs), há cenas, falas, emoções e tramas que saíram de músicas da banda. Quando eu li seus agradecimentos - que ficaram mais intensos a cada livro -, uma música me veio à cabeça imediatamente: Time is Running Out, que tem uma de suas frases - (Bella) you will be the death of me - no livro. Essa impressão se confirmou quando a autora divulgou um set list pessoal para a escrita dos livros. 


Uma exigência de Meyer foi que, nas trilhas, houvesse sempre uma música do MUSE. Na parte 1 de Amanhecer não há nenhuma... espero que a parte 2 não desaponte, rs.


Essa referência à música, tão presente nos livros, se manteve nos filmes até esta última parte. Bill Condon ressaltou mais o score de Burwell do que as músicas da trilha... damm it, com uma equipe grande e uma produção já não tão amadora, não dava para prestar atenção aos dois?


Parece que não. Quando se fala em adaptação dos livros de Meyer, parece que algo sempre tem de faltar... precisa sempre de uma ausência para deixar a experiência incompleta, em fatores que poderiam ter maior atenção. Eu li, em muitos comentários no IMDB, que o filme estava muito dramático, com uma trilha cheia de drama... bom, para mim esse foi um ponto positivo, condizente com os livros e com a história de Bella e Edward.


Este post ficou imenso... e falta muita coisa - aconteceu uma edição básica aqui, rs. E eu falei tanto sobre a saga que até cansa (aos outros, porque eu não cansei ainda). Amélie já declarou que queria ser um cordeiro estúpido em um conto sobre os vampiros em Os Degraus de Amélie. Eu já escrevi minha indignação com Melissa Rosenberg, a roteirista de todos os filmes da Saga (e de Dexter, for God's sake! Como uma pessoa pode ser tão boa e tão ruim???) no IMDB, no único comentário que escrevei no site. Há também um artigo sobre os fenômenos culturais a partir de Twilight, escrito com Lauríssima querida, minha companhia na sessão de hoje, a sexta até agora... mas o link para ele somente sob encomenda, rs.




Enfim, a saga apareceu para mim em um momento em que eu precisava de emoção, intensidade e esperança. A inadequação de Bella, a reflexão sobre o que é o ser humano, a luta por sermos o que queremos ser, e não o que estamos condenados a nos tornar me conquistaram e me levaram aos livros por várias vezes. A fantasia nos filmes não foi um elemento que me tirou do mundo, mas me colocou dele em outras perspectivas. Ajudou-me a entender minha própria inadequação em um momento delicado. E me trouxe uma emoção forte e intensa, que se refletiu no meu cotidiano. 


Assim, chego aos filmes também... mais tranquila neste último capítulo, mais cuidadoso, divertido, intenso... embora ainda a anos luz do livro em que se baseou.









PS: Para os pouquíssimos leitores de Twilight que ainda não viram, no site oficial de Stephenie Meyer há o trecho de um quinto livro, que foi arquivado quando um rascunho vazou na internet. Midnight Sun é Twilight sob o ponto de vista de Edward. 





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