She could at best conceal her envy, but she was powerless to forbid it.
(Willy em Double Fault, p. 259).
Lionel Shriver foi companhia nos meus dias de novembro. No início, conheci Eva Katchadourian e suas reflexõess e questionamentos sobre a maternidade. Com um intervalo para conversar com alguns weres no Alasca, voltei para Shriver em um livro que queria muito ler.
Adoro tênis e quando soube de Dupla Falta pela minha sis de alma e de torcida do Federer, rs, fiquei bastante curiosa. A curiosidade aumentou após ler The Post-Birthday World e We Need to Talk About Kevin, os dois presentes - e muito! - aqui no Viagens. Não me decepcionei. Pelo contrário.
Lionel Shriver me encanta e assusta ao mesmo tempo. Sua escrita é bela, impecável, intensa, cuidadosa. Só por isso, já valeria a viagem. Mas o que ela traz com sua narrativa atenciosa transcende as palavras com que escreve. Ela traz o mundo em suas diferentes facetas, em personagens e tramas complexos, nada lineares e, sobretudo, nunca simplistas.
Ao ler os comentários ao livro no Amazon, houve um destaque para a discussão sobre a competição entre casais. Sim, ela está lá no relacionamento de Willy e Eric (oh, Eric J), dois tenistas que, ao se conhecerem, encontram-se em momentos muito distintos da carreira, mas com seus olhares, ações e ambições no ranking mundial.
Para mim, no entanto, a história de Shriver me trouxe sobretudo o espanto em como há pessoas que se concentram tanto em si que ultrapassam o próprio sentido do egoísmo. Assim, tudo que acontece a elas é responsabilidade de outrem. O carinho, o amor, a atenção que as pessoas que as amam não importam muito assim. Passam como que raspando pelo seu emocional, sem nunca penetrarem no seu coração. Momentos de consciência existem, mas também não importam.
Elas importam. E se isso não for suficiente... well, então sempre há o outro para agredir.
Sim, senti o livro fortemente assim. Isso é o que mais amo em Srhiver. Ela nunca passa casualmente. Mas, a cada encontro, o impacto parece ficar maior. Do dilema de Irina em Post-Birthday ao impossível de se lidar em Eva, foi Dupla Falta que me abalou mais.
E aqui não sei se foi a questão sobre como algumas pessoas são realmente impermeáveis, não importando quanto carinho e apoio recebam, ou se o contexto do tênis realmente me pega pelo pé de jeito.
Wimbledon, O Jogo do Amor (Wimbledon. Richard Loncraine, UK/França, 2004) me deixou sem dormir nas três noites em uma semana nas quais fui ao cinema para vê-lo. Até hoje, ao ouvir a abertura da Universal, volto ao momento em que vi o filme. Quando ele surge nas conversas, as expressões "bonitinho", "bacaninha", "até legal", "uma comédia romântica legalzinha" aparecem... Nenhuma delas me explica porque o filme me tocou tão fortemente, a ponto de até hoje me emocionar seriamente.
Wimbledon, O Jogo do Amor (Wimbledon. Richard Loncraine, UK/França, 2004) me deixou sem dormir nas três noites em uma semana nas quais fui ao cinema para vê-lo. Até hoje, ao ouvir a abertura da Universal, volto ao momento em que vi o filme. Quando ele surge nas conversas, as expressões "bonitinho", "bacaninha", "até legal", "uma comédia romântica legalzinha" aparecem... Nenhuma delas me explica porque o filme me tocou tão fortemente, a ponto de até hoje me emocionar seriamente.
Então, não sei se foi o tênis, mas Double Fault acabou comigo. Fiquei presa nele nos quatro dias em que o li e nos seguintes, em que a perplexidade - presente sobretudo nas três últimas linhas do livro - permaneceram comigo.
São de Shriver as palavras:
"Are you being deliberately contrary?" she asked. "Every time we watch a match, you back the other guy."
"That's because you have such a soft spot for long shots, Wilhelm. Whenever some poor slob is ranked 4,002, or is coming back from an injury that will eventually put him out of the game forever, you take his side. Who's being contrary?" (p. 51) - eu sempre torço para os poors slobs...rs.
The End of the Story had been more of a slog. The prose was dry and spare, recalling the cutting, droll sarcasm of the father she knew. The satire described a mythical population grown so vicarious that content was extinct. An automated world whose only work was entertainment divided between the watcher and the watched. Consequently, all art was reflexive: films concerned screenwriters, TV programs followed the "real lives" of sitcom actresses, and novels, the author noted with special disgust, exclusively detailed the puerile pencil-sharpening of literary hacks. The manuscript had left off in the middle of a sentence. Little wonder; with its theme that storytelling was dead, the narrative dripped with such self-loathing that to finish such a book would be antithetical. (p. 63).
As they compiled the guest list, it evolved that Eric had scads of acquaintances, but few intimates. Eric's loyalties were few, absolute, and sequential. The majority of his confidants he had either finished with, or finished off—one contentious best-friendship had ended in a fistfight. Eric pursued his every project with blinkered intensity and then one way or another brought it to conclusion. (It was like him, for example, to flat-out propose to Willy, and not suggest they live together first. Anything short of ultimate struck Eric as namby-pamby and disturbingly indefinite.) This proclivity for closure suited him to a career in tennis, and to marrying, less well to marriage itself, with its undemarcated forevermore and its slight haziness about what, beyond I do, the project is exactly. (p. 114).
But the first thing to go in rage is your wit. (p. 135).
It may be no coincidence that there are both three sets in most dynamic tennis matches and three acts in the classical play. Each set completes a discrete subdrama, whose intricate ins and outs can distract from the larger story. Hence Willy's triumph in taking the second was quickly washed away in the briefest of intermissions, after which the players took their places. Dramatically, at 1–1 there is no telling whether the second set represents a turned tide, or a red herring. (p. 143).
For no matter how disgusted Eric became with Willy's petty invective and hypersensitivity, Willy was far more disgusted with herself. Since additional disgraceful behavior seemed appropriate penance for disgraceful behavior, her tantrums tended to snowball. (p. 242).
Eric crushed a sheet of tissue and threw the wad on the bed.
"They don't mean as much to me as yours do to you! Tennis doesn't mean as much to me. It's something I'm good at but I don't love it. And in no time I'll be too creaky to play professionally, I'll have to do something else, and that will be fine."
Willy looked at her hands. "Ironic, isn't it?"
"No, it's not. There's a connection. You want to be a champion too much. That's why you seize up. If you didn't care so damned much, you might get farther."
"Apathy is the answer?"
"No, but a dose of easy-come wouldn't hurt. A few extracurricular pleasures."
"Like what?"
Eric gripped her shoulders and wheeled her to face him. "Like me." (p. 245).
Eric should have recognized that she was begging him to make her shut up. Later she was destined to wonder if, had he clapped his mouth on hers rather than allowing her to keep talking, the confrontation would have turned out otherwise. Then, perhaps not. That was a mistake that couples often made: if only she hadn't thrown…if only he hadn't said. But without hurling dinner, or screaming this or that, the crisis would have arisen over something else instead. Variables need filling. (p. 335).
Antes do abalo sísmico provocado por Lionel Shriver, cheguei à nova série de Molly Harper, autora dos livros de Jane Jameson (Nice Girls Don't Have Fangs, que adoro, é um deles. Divertidíssimo). How to Flirt With a Naked Werewolf e The Art of Flirting With a Naked Werewolf saem dos vampiros de Jane - que são divertiiiiiiiiiidos - e se voltam, surprise, para os werewolves. O Alasca é um dos lugares no mundo em que ainda quero morar (mas não no Magic Bus...) e que o livro nos leve para lá não foi uma desvantagem.
O primeiro livro da série foi bastante divertido, e eu esperava o mesmo do segundo. Já falamos sobre as expectativas, right? The Art of Flirting... foi horrível. Quase uma paródia dos livros de Nora Roberts, Molly Harper aqui perdeu a diversão. Daí afirmo que sofri mais ao lê-lo do que ao fortíssimo We Need to Talk About Kevin... Nele Harper assume uma dinâmica que Roberts usa muito em sagas e dedicou cada livro a um personagem do seu mundo de Lobis, em vez de seguir com um mesmo personagem como protagonista, como na sua série anterior. Vilões absurdos também aparecem... Foi uma canseira ler esse livro. E uma tristeza, já que Molly Harper geralmente me traz muita risada.
"You were out of town when my real name got spread around (...) And, uh, it isn't Maureen."
He stopped in his tracks, a mixture of guilt and apology flashing across his features. "It's not: I just assumed..."
"We'll talk later."
"How bad could it be?" He asked as we approached a round, smiling woman (...)
"Later," I whispered.
"That bad?"
I stopped and murmured in his ear, "Moonflower Freedom Refreshing Breeze Joplin Duval-Weinstein. OK?"
Cooper stared at me"Wow." (How to Flirt..., p. 239).
O quarto livro de Jane Jameson está para sair... é este de baixo, o quarto até agora. Bom, basta torcer, como sempre, para a autora não estragar uma série legal...
"You were out of town when my real name got spread around (...) And, uh, it isn't Maureen."
He stopped in his tracks, a mixture of guilt and apology flashing across his features. "It's not: I just assumed..."
"We'll talk later."
"How bad could it be?" He asked as we approached a round, smiling woman (...)
"Later," I whispered.
"That bad?"
I stopped and murmured in his ear, "Moonflower Freedom Refreshing Breeze Joplin Duval-Weinstein. OK?"
Cooper stared at me"Wow." (How to Flirt..., p. 239).
O quarto livro de Jane Jameson está para sair... é este de baixo, o quarto até agora. Bom, basta torcer, como sempre, para a autora não estragar uma série legal...
PS: Vale lembrar que Dupla Falta (Eric, claro : ) ) logo estará em Os Degraus de Amélie.
Nenhum comentário:
Postar um comentário