segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Os filmes de junho, julho e agosto... atraso pouco é bobagem.


Desde junho não atualizo os filmes que vi no cinema. Tenho percebido que, quando ocorre um atraso assim, algo de que esperava gostar muito acabou por me decepcionar. Foi assim com o último Harry Potter... Olhando agora o ponto em que parei, percebo que a última incursão de Johnny Depp e Tim Burton no cinema me afastaram do Viagens um tempo.

Dark Shadows (Sombras da Noite. Tim Burton, UK, 2012), adaptação da série de TV dos anos 60, tinha tudo, tudo, mas tudo mesmo para ser incrível. Johnny Depp como o super anacrônico vampiro, Eva Green como a bruxa apaixonada, Michelle Pfeifer como a chefe de família, Chloë Moretz, uma das atrizes juvenis mais talentosas hoje, como a adolescente rebelde... tudo isso com Tim Burton na direção? Garantia total... ou pelo menos eu esperava.

O início do filme é divertidíssimo, coerente, tudo o que o filme poderia ser. Mas, do primeiro terço em diante, a história degringola e perde totalmente a razão de ser para mim, tornando-se sem ritmo e, horrores dos horrores, totalmente desinteressante. Um desperdício dessa natureza não podia ter me afetado pouco, e o atraso de quase dois meses mostra isso. 

Madagascar 3: Os Procurados (Madagascar 3: Europe's Most Wanted) também não me entusiasmou muito - vai ver que em junho eu andasse com o pé atrás no cinema, rs. É divertido, mas não genial como os anteriores. A Música do circo do cantada pelo Marty (Afro circo, afro circo, de bolinha, de bolinha, de bolina, Aaaaaaaaafro!) foi o que permaneceu comigo, e posso dizer que por isso só o filme valeu.

O último filme do mês de junho foi uma viagem doce. Salmon Fishing in the Yemen (Amor Impossível. Lasse Hallström, Uk, 2011) me chamou a atenção sobretudo por trazer Ewan McGregor, um ator de que gosto muito e que some com bastante frequência. Eu o havia visto mais recentemente em Perfect Sense, um dos filmes que mais me abalaram este ano, e segui ao cinema sem esperar muito. 

Hallström já foi um dos meus diretores favoritos com Minha Vida de Cachorro (Mitt Liv Som Hund. Suécia, 1985), um filme doce e genial que eu amava aos 16 anos.Acompanhei Hallström por algum tempo e, apesar de achar que ele continua um bom diretor, seus filmes foram se diluindo na grandiosidade do que eu sentia com seu filme de 85. Amor Impossível não é diferente; podia ser mais... no entanto, mesmo assim, eu o assisti todo o tempo com um sorriso no rosto - exceto quando me irritava com o peso desnecessário da personagem de Kristin Scott Thomas, que, ao surgir para implementar uma tensão e comédia no filme, conseguiu, ao contrário, mesmo que por poucos momentos, tirar o sorriso do meu rosto e a leveza do meu coração. 

Julho começou com outra continuação esperada: Era do Gelo 4 (Ice Age: Continental Drift), que não perde o impulso dos anteriores e diverte e emociona ainda. A avó de Sid e um pouco da sua história trazem força a um personagem figuraça, mas que se torna cada vez mais querido. Ri demais, emocionei muito e espero pelo quinto, rs. 

Lembrei agora de outro motivo de atraso no post. Dark Shadows foi uma decepção... mas não muito se comparado ao que aconteceu comigo ao assistir a Para Roma com Amor (To Rome With Love. Woody Allen, US/Itália/Espanha), o mais novo passeio turístico de Woody Allen. Até aqui, tudo estava correndo bem. Match Point (UK, 2005) foi interessante; Vicky Cristina Barcelona (Espanha, 2008) além de genial  e intenso, uniu Penelope Cruz e Javier Bardem; Midnight in Paris (França, 2011), apesar de muitos problemas com certas caricaturas, é uma delícia e contou, para mim, muito do que Paris representa para o imaginário das pessoas. Nesse ínterim, veio Tudo Pode dar Certo (2009), um dos seus filmes de que mais gostei recentemente - os personagens são geniais, a história é muito bem construída e eu ria tanto que tive de morder o casaco para não ser expulsa do cinema. Aí, depois de tudo isso, entro em Roma e, apesar de rir do que considero esquetes, saí do filme numa grande decepção e com a sensação de que ou Woody Allen está envelhecendo além da conta ou ele está se tornando, que os deuses do Olimpo o impeçam, preguiçoso.

Depois do fiasco, a que assisti duas vezes, retornei a um filme a que havia assistido em casa, mas queria muito ver no cinema: Apenas uma Noite (Last Night. Massy Tadjedin, UU/França, 2010) demorou a chegar aqui, e por isso eu o alcancei na TV antes, mas é um filme de cinema. Sua delicadeza e intensidade, construídas em um roteiro honesto, atuações na medida e uma trilha linda, merecem o escuro e a imersão do cinema. Ele me tocou tanto, me trouxe tanto e continua comigo em toda conversa que tenho tido sobre relacionamentos. Um amor instantâneo com o filme dessa diretora iraniana, que quero conhecer melhor.

O último filme de julho foi o super esperado O Espetacular Homem Aranha (The Amazing Spider Man. Marc Webb, US, 2012). Quando houve notícias do filme, eu, como muita, mas muita gente, me perguntei qual seria a necessidade de refilmar um personagem que já havia sido bem adaptado para o cinema. Bom, eu devia ter lembrado de Batman e desconfiado de que coisas novas e muito, muito boas podem surgir do que já conhecemos. Adorei o novo Homem Aranha, como ele foi personificado de forma mais bizarra por Andrew Garfield e as cenas que me chamaram a atenção, em vez de desqualificarem as adaptações anteriores, conseguiram dar a elas novo e mais forte sentido. Make sense???

Agosto começou justamente com ele, citado acima:  The Dark Night Rises (Batman: O Cavalheiro das Trevas Ressurge. Christopher Nolan, US, 2012). O que mais tenho ouvido nas conversas sobre ele é como não consegue superar o filme de 2008, com Heath Ledger como o Coringa. Bom, eu não esperava superação... na verdade, tinha pouquíssimas expectativas, mesmo - e talvez por isso - com toda a festa em torno da produção. Mas o filme me surpreendeu com um ritmo tenso, que vai num crescendo até chegar a um final que nos faz querer saltar da cadeira e vestir a capa do morcego nós mesmos... pense.

O começo do filme foi de tristeza para mim. O atentado em Aurora, na pré-estreia do filme nos Estados Unidos, não saía da minha cabeça e do coração. Nos primeiros 40 minutos de projeção, ficava todo o tempo a imaginar em que momento um psicopata sem amor pela vida teria entrado num cinema lotado e atirado para todos os cantos, matando e ferindo várias pessoas, além de armar sua casa com bombas. Cheguei a pensar que não conseguiria assistir ao filme e acho realmente que o teria visto diferentemente. Sobretudo pela tensão extrema que ele constrói e que não consegue, em nenhum momento, acalmar o coração. Mas assim é a história do Cavalheiro das Trevas, e a isso o filme é bastante fiel.

Como tenho escrito aqui, a ficção me ajuda imensamente a me posicionar nesse mundo e tentar compreendê-lo, justamente ele que se torna cada vez menos incompreensível. Quando do atentado em Aurora, eu só pensava em Precisamos Falar sobre Kevin, livro de Lyonel Shriver de que já falei aqui no Viagens. O livro não traz explicações, como eu acho que não conseguimos dar diante de um absurdo tão gigante... mas situa o imenso vazio que a vida pode representar. Eu sempre o recomendo, apesar de geralmente as pessoas me dizerem que ele é muito pesado. Wells, mais pesado do que vimos nos jornais? Impossível.

E este post atrasado e apressado nos comentários se encerra com o filme que vi no último fim de semana. Mês de férias, várias estreias esperadas. Valente (Brave. Mark Andrews, Brenda Chapman. US, 2012) eu esperei bastante, e ele conseguiu me surpreender. Uma história em torno de personagem feminina que não gira me torno do amor romântico, mas, sim, de outro argumento essencial: o relacionamento mãe e filha e o crescimento para a vida adulta, com o direito pelas próprias escolhas. A mudança do foco da história aparece também na passagem para outros cenários, como a Escócia da época dos clãs. 



PS: No computer, um surto tomou conta de mim. Eu sempre penso que meus preconceitos conseguem se diluir no quanto gosto de coisas tão diferentes e nem sempre "adequadas" em idade e localização. O racional vai contra o que sinto, mas sempre encontro algo que reforça a minha identificação com histórias e produções dirigidas e diferentes públicos e idades. Eu gosto disso... me faz sentir que consigo me movimentar em diferentes espaços.  Mas sempre fico receosa por achar que, dessa vez, acabei por ir longe demais, rs. 

Em menos de 7 dias, divididos em julho e agosto, eu vi as duas temporadas de uma série australiana direcionada a crianças e adolescentes: Dance Academy, produção de 2010, tem o formato de muitas séries que vemos (minha sobrinha vê, rs) no Boomerangue, Nickelodeon, Disney. Com episódios diários, elas são apresentadas inéditas por algumas semanas, para depois serem repetidas incansavelmente até a próxima temporada. 

I'm in love with Dance Academy. Adoro dança, e a série tem muita - com alguma ênfase para, além do clássico, claro, o hip hop, como, creio, uma forma de ter maior alcance. Os personagens, além de fofos, fogem bastante do layout norte-americano a que os acostumamos. A protagonista é confusa e doce, pagadora de mico universal, mas não segura o seriado sozinho - todos eles são muito bons e nada unilaterais. Kat e Sammy são muito bons. Mas todos eles s]ao fortes, crescem e nos conquistam. Fazem com que nos importemos com o que vai acontecer - o que, para Neil Gaiman, é fator essencial a uma história. E aí qual vai nos fazer importar é sempre uma surpresa, pelo menos para mim, rs. O seriado é bem escrito, montado e coreografado.  Eu fiz uma imersão nas duas primeiras temporadas, que, além de me divertir e emocionar, me ajudaram a tomar determinadas decisões. Estou esperando agora pela terceira parte.

Assisti a toda a série pelo youtube. Se interessar, segue o link para a primeira parte do episódio de estreia.  Na segunda temporada, já encontramos episódios legendados em espanhol, o que ajuda no entendimento do inglês australiano. Big smile : )







2 comentários:

  1. Não vi todos esses filmes, mas em geral concordo xD Acho que as expectativas definem a experiência do filme, AMEI Spider-man, mal posso esperar os próximos, não esperava muito de Dark Shadows e achei legalzinho, esperava bastante do Kevin e achei meio estranho, desconectado; esperava muito do Bane e pouco da Catwoman no Batman e acabei me apaixonando por ela, mas achei o Bane meio meh comparado ao Joker e o Scarecrow da mesma trilogia. Vale a pena reassistir o Batman Begins e em seguida o Dark Knight Rises, tem vááários paralelos! Ah, e Brave é diferente de tudo: que outro filme de princesa/heroína tem uma mãe? Que dirá uma mãe com nome e que é personagem principal na história... a maioria das personagens principais femininas são órfãs :P

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    1. Oie! Dark Shadows vc não viu?

      A expectativa é um perigo, define muita coisa. Mas acho impossível ficar livre dela. Kevin eu gosto do livro, você leu? O filme é blah, principalmente se comparado ao cuidado da escrita da Shriver. Se quiser emprestado, tenho ele aqui. Acho fantástico.

      Do Bane eu já não esperava muito e impressionei não com o personagem em si, mas com o crescendo da tensão. A sensação de algo a explodir era constante. Sobre a Catwoman, também achei que ficou muito legal. Mas nada se compara ao Joker, né?

      E sobre as princesas... geralmente só aparece a bruxa como figura feminina materna. Mãe e pai com nome e personalidade - amei o pai da Merida, rs - realmente nunca vi. Curti muito : )

      Mas nenhuma animação tem se comparado a Meu Malvado Favorito p mim. Viu que vai haver o segundo? Massa.

      Bjin, Mandy!!!

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