quarta-feira, 16 de maio de 2012

Slow May...onese.

Na semana passada, conversando com um amigo (The King of The Nerds!) na universidade, lembrei de uma história dos tempos da graduação.

As capas de Dave McKean para Sandman


Recém ingressa no curso de História, eu caminhava com um amigo pelo campus quando vi que ele havia comprado algumas HQ's. De reputação infame na época para mim, eu o olhei como várias pessoas olham para mim hoje (put the blame on mame...) e perguntei: você lê isso??? Ele me perguntou se eu sabia o que era "isso". Claro que não sabia. Ele, então, olhou para mim e disse: ok, vou fazer uma seleção de quadrinhos para você.

And Sandman himself...

Provavelmente na semana seguinte, ele chegou com vária HQ's num plástico, carregadas como sempre com muito cuidado. Entre elas estava Demolidor: o homem sem medo; O Cavaleiro das Trevas; Asilo Arkham; O Edifício (vale conferir esse link) e, no golpe final, Sandman (esse aqui também!). Com os quadrinhos, vieram não apenas personagens e histórias fantásticos, mas três autores que fazem parte da minha vida hoje. Frank Miller (presente na maior parte desse contato de primeiro grau, rs); Will Eisner e, o mais amado para mim, Neil Gaiman - não há nada como Sandman para mim, em tudo que li depois dessa apresentação bombástica. E posso dizer que muitos quadrinhos maravilhosos chegaram até mim. Mas Neil Gaiman, com Sandman e muitos de seus livros, é amor incontestável.

E o louco que criou Sandman.

Vejo agora como Paulo pegou pesado na apresentação. Minha dívida com ele é eterna : )

Asilo Arkham
Sua coleção de quadrinhos, há época, passava de mil exemplares. E, apesar de nunca ter lido os personagens da Marvel constantemente, nossas conversas me prepararam para entrar no cinema, anos depois, para encontrar todas essas figuras fantásticas que conheci naquele final dos anos 80.

Assim, cheguei a muitos filmes baseados em personagens da Marvel. Mas de uns anos para cá, uma história foi construída com alguns deles, e ela culminou no filme que, hoje, arrecadou um bilhão de dólares nas bilheterias de cinemas do nosso mundinho.

Homem de Ferro 1 e 2; O Incrível Hulk; Thor; Capitão América... Desde 2008 eles foram chegando, trazendo ao final de cada um uma pista para o que nos esperava adiante: Os Vingadores, o encontro de Iron Man, Capitão América, Hulk e Thor em novo capítulo de sua história

Ok. Dessa vez eu comi mosca novamente e perdi a sessão da meia noite de Os Vingadores (The Avengers. Joss Whedon, US, 2012 ). Mas ao meio dia de sexta-feira eu estava lá, na fila, junto com muitos dos nerds de Brasília, para ver o filme tão esperado em 3D na sala XD do Cinemark.

Os vingadores é um filme para se ver gigante. Não dá para encarar um encontro desses, com alguns dos super heróis da Marvel, em poucas dimensões. Eu me diverti demais, ri muito, fiquei nervosa e adorei a companhia da plateia, que ria e vibrava comigo, como se fôssemos todos conhecidos naquela jornada.

E acaba que somos, não é? Afinal, ali, estávamos juntos, diante da tela, com a mesma expectativa também gigante diante dessa tão esperada adaptação dos personagens da Marvel. Após tantos capítulos e filmes legais, personagens que ficaram maravilhosos na tela (Hello, Robert Downey Jr.) e adaptações que conseguiram, apesar da também super produção, decepcionar muito (Hello, Iron Man 2), The Avengers chegou bonito, engraçado, lunático e deixou mais expectativas quanto à sua, ou melhor, suas continuações: Iron Man 3, Capitão América 2, Thor 2 já estão previstos para 2013/2014, além de um provável filme do Hulk solo, dessa vez com o querido Mark Ruffalo.

E merece, por que Hulk ficou demais. 

Após Os Vingadores, encontrei mais um monstro sagrado da cultura e do cinema. Sete Dias Com Marylin (My Week with Marilyn. Simon Curtis, Uk?US, 2011) era outro filme de que tinha certo receio. Marilyn é uma figura icônica da nossa época, e mexer pode resultar em grandes desastres. E a presença de Keneth Branagh como Sir Lawrence Olivier não me tranquilizou nada a respeito.

Thanks God esse não foi um desses desastres. O filme é doce e traz em si o carisma da sua personagem principal. A época é clássica já no cinema; os personagens - Vivien Leigh, Dame Sybil, o próprio Olivier - têm suas histórias em nós contadas por diferentes filmes e livros. Encontrá-los de forma tão respeitosa e sem histeria foi uma surpresa boa. Conhecer Colin Clark na sua juventude, numa história surreal que viveu com Marilyn, foi uma experiência doce também.

O primeiro e único filme de maio no cinema, até agora (falta metade do mês ainda, não é?) foi Um Homem de Sorte (The Lucky One. Scott Hicks, US/2012), adaptação para o cinema do livro de Nicholas Sparks, que se tornou conhecido no cinema a partir de Diário de uma Paixão.


Já sei um pouco o que esperar quando chego a uma história de Nicholas Sparks. Mas mesmo assim procuro chegar com o coração aberto. Nesse capítulo da sua filmografia, todos os elementos esperados estavam lá. Mas um me chamou a atenção em especial.


O sul dos EUA é retratado, por alguns romancistas, de uma forma bastante saudosista: em pequenas cidades do Sul, a vida andaria em um tempo diferente. Seus personagens são tradicionais, sua luta pela subsistência numa vida moderna que exige muito refletiria a persistência desse modo de vida norte-americano.  O retorno do herói de guerra ressalta esse modo de vida ameaçado em personagens que não são perfeitos, mas que lutam honestamente pela sua subsistência e felicidade, assim são muitos do heróis e heroínas de Nicolas Sparks. 


Mas a minha atenção fugiu um pouco da trama para se focalizar nos detalhes com que ela é contada em imagens. Esses detalhes imprimem outra noção do tempo em que ocorrem as ações. Figuram uma vida bucólica: o caminhar por paisagens incrivelmente belas e imóveis como uma pintura; a personagem que se esquece das obrigações e brinca na água com os cachorros de que cuida; a criança que se esconde em sua casa na árvore; as gotas de água que escorrem da saia encharcada na cena de amor. Tudo, mas tudo mesmo em The Lucky One, nos remete a outro tempo e espaço, um que achamos que perdemos... mas que, eu creio, na verdade só existe na idealização de um modo de vida que não nos serve mais, e talvez nunca tenha...





4.    Por falar em Marilyn, ontem cheguei ao final de temporada de uma série em que ela também é A estrela. Smash, com 15 episódios, traz para nós a produção de um musical da Broadway sobre Marilyn Monroe. Desde a ideia e as primeiras composições,até a escolha do diretor, dos atores e os desafios da produção, vemos as dificuldades e desafios da produção de um musical. Eu, que adoro os bastidores, estou adorando. A história dos personagens, a trama que cerca a produção de Bombshell, é consistente também, como seus personagens. Nós os acompanhamos, na construção do musical e em suas vidas particulares...
      

      ... E o fazemos nas melhores companhias. Além das duas atrizes principais, que disputam pelo papel de Marilyn enquanto nos encantam com suas vozes incríveis, há os atores que já conhecemos e de quem sentíamos saudade. Angelica Houston! Eu mal acreditava ao vê-la novamente na tela, mesmo que seja na da TV. Jack Davenport, que já adorava em Coupling, é o diretor do musical que provoca ódio e amor - e assim não são os melhores personagens? Debra Messing está uma graça também, assim como Christian Borle, que eu não conhecia e que interpreta seu parceiro de composição, Tom. No último episódio da temporada, ele faz parte de um diálogo que ficou comigo e que diz como a arte e suas obras são compostas por seus realizadores, intérpretes e espectadores:  

     - Diga-me por que fazer isso de novo.
     - Você sabe. Arte.
  - Arte? Arte é uma compulsão doentia. É um ego descontrolado.Arte... 
    - Arte é lindo. Traz alegria para quem compõe; traz alegria para quem canta; dá alegria à audiência por ouvi-la. Agora volte ao trabalho.



4 comentários:

  1. "The King of The Nerds!" Ainda estou Rindo Dri...

    Estes momentos "viajonicos" tão "lá e de volta outra vez" são insuperáveis! Ansioso pelo próximo!

    Abraço e parabéns mais uma vez pelo blog!!!

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  2. Rsrsrs! E eu aqui tentando saber quem é Kyrior...! Não disse? Totalmente THE nerd : )

    E não é à toa que o blog se chama Viagens!

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  3. Amo Sandman! =)) na verdade, adoro todos os quadrinhos/comic novels que já li até hoje. O problema é que eu acho eles difíceis de achar nas lojas, tirando esses grandões capa dura estilo Sandman (caros xD). Nos EUA teve esses dias um Free Comic Book Day, e várias lojas deram vários descontos nas revistas em quadrinhos, fiquei morrendo de inveja1

    Acho que os filmes baseados em quadrinhos são pouco valorizados, inclusive pelas premiações e tal, como se fosse coisa de criança.. o último filme do Batman, the Dark Knight, é ótimoo, e quase não recebeu reconhecimento, tirando os fãs.

    Nem preciso comentar que Os Vingadores é um nerdgasm atrás do outro, é tudo que vc poderia querer num filme de quadrinhos =D Joss Whedon é mestre! Tô até pensando em começar a ver os seriados antigos dele, tipo Buffy e Firefly..

    Amo ele desde que assisti Dr. Horrible, já viu?

    http://www.youtube.com/watch?v=C3ntQqyh4ag

    Uma outra história que eu gosto muito é do Batman também, que fala do background do Coringa, The Killing Joke! nunca vi pra comprar :( li aqui:

    http://rancidrainbow.com/thesite/?p=2067

    :)

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    Respostas
    1. Sandman é amor absoluto!

      Nerdgasm é the best!!! Não é à toa que a sessão é tão boa, rs.

      Dr. Horrible nunca vi, vc tem? Eu estou com a primeira temporada de Buffy, vi só alguns episódios na época. Amandita, quem sabe a gente não consegue superar a maldição e marcar de vermos juntas??? rsrsrs.

      The Killing Joke eu tenho no computador também. Vc leu no ipad? Fica lindo lindo (de verdade, um absurdo).

      Feliz de ver vc aqui no Viagens :) :) :)

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