domingo, 18 de março de 2012

Santa cafonice, Batman.

Depois de Coben e Myron Bolitar, resolvi iniciar uma série em livro que me foi recomendada por uma pessoa que considero uma irmã de filmes. Nossa sintonia é grande, gostamos geralmente dos mesmos atores (Mattew McFadyen, hello!) e histórias. Se nosso contato pessoal não é grande, a proximidade com o cinema é, e já faz dessa uma amizade muito querida.

Assim, cheguei aos livros de Diana Gabaldon, na série chamada A Viajante do Tempo, ou Outlander, com muta fé. Afinal, indicação da Dani, Escócia na época da revolução jacobina, viagem no tempo, história... o que poderia dar errado?

Tudo. Nas primeiras cem páginas do livro eu já estava descabelada de desconsolo. Eu amo uma boa história e torço por elas. Mas quando encontro o que considero uma escrita cafona e superficial, eu fico realmente triste. E brava de verdade.

Li as 850 páginas de Oulander em estado de incredulidade e cansaço. Really? Ou, como diriam em Grey's Anatomy, seriously? Eu vi aqui uma clara tentativa de contar uma história de amor com um grande realismo, dentro de um detalhamento da história e dos acontecimentos. Assim, os personagens mostram suas fraquezas, se desesperam, sofrem, são atacados, estuprados, quase esquartejados, deparam-se com a barbaridade de uma época e sobrevivem no seu amor. Novamente, seriously?

E, ao contrário do que eu acho era a intenção de força e dramaticidade, a trama fica superficial, fraca, cafona. Os personagens ultrapassam tantas barreiras, mas o que eles são de verdade nunca se mostra, nem na primeira voz da heroína Clare. E, putz grila, que povo chato. Jamie, que poderia entrar seriamente na fila dos ohmygod heroes of all times, é boboca, palerma, burro até. Juro que ia explodir se tivesse que lê-lo exclamar Sassenach. Ele quase conseguiu estragar o gaélico definitivamente para mim, uma língua que acho linda e estou tentando estudar sozinha.

Quem acompanha o Viagens já deve ter percebido que minhas reações às histórias são muito fortes. Mas já devem ter visto aqui que eu chego a diferentes autores e livros e filmes e músicas... E eu gosto de muita coisa ruim -quem disse que só filmes e livros bons alcançam o coração? Eu tento, mas mesmo assim alguns me causam uma rejeição muito grande. Assim foi com Outlander.

Algumas coisas na história não fazem sentido algum. Mas, mesmo assim, eu li de relance o segundo livro, Dragonfly in Amber, para ver o que aconteceria com Clare e Jamie - eles podem ser bobos, mas agora que os conheci quero saber o que acontece, rs. Andei pelas resenhas da série no Amazon.com também, e cada uma que lia me fazia desistir mais dos livros. São sete até agora, nessa série que começou há vinte anos. Isso é admirável, não é? Eu acho. Uma pena que eles não tenham me conquistado. Ontem consegui o terceiro, Voyager, na internet, só para ver como Clare e Jamie iriam se rever... Vi, li, continuei não gostando e fechei esse capítulo de vez. 


Ugh.



No cinema, logo após Drive, que está no post anterior, entrei no cinema para ver A Mulher de Preto (The Woman in Black. James Watkins, UK/Canadá/Suécia, 2012), com Daniel Radcliffe, o Harry Potter. Eu queria vê-lo além do personagem que o trouxe para nós, além de ter um carinho especial com filmes de fantasmas.

A Mulher de Preto não é so gooooooood, mas não é infame. A história é triste, claro, escura, enevoada... disso eu gosto. E Daniel está ali, bem bonitinho, fazendo o seu papel, que não me lembrou, em hora nenhuma, o HP - mas isso não impediu que alguém, na plateia (que estava horrivelmente tagarela e barulhenta), gritasse numa hora: ei, pega a sua varinha! Okay. 

Românticos Anônimos (Les Émotifs Anonymes. Jean-Pierre Améris, França, 2010) eu vi no final de fevereiro, e não acredito que não o havia trazido ao Viagens ainda!

Eu o achei tão fofo... e a sessão em que o vi foi deliciosa, como cinema todo em uma nuvem de felicidade e risos. A história é doce, singela... Cidade pequena, chocolates, corações solitários... o filme me conquistou sem pretensões. Feliz, feliz, feliz. Assim ele me prendeu e deixou andando nas nuvens.

Minha ressalva é quanto à tradução para o português, como sempre. Românticos anônimos não faz sentido no grupo dos emotivos que se encontram e do qual a personagem principal faz parte: eles não são românticos apenas, são emotivos: sentem demais, tanto que precisam de um grupo de apoio. Amei. O título, assim, poderia ter se mantido fiel.

Ao citar o filme no facebook, no dia em que o vi, uma amiga disse que ele era algodão doce. E é mesmo. Algodão doce cor-de-rosa. E, assim, na escrita da Dani, lembrei de uma poema muito fofo também, apresentado a mim pelo Wences querido, e que se encontra em post anterior:


O algodão doce
 assustou-a
a ponto
de saltar do carroussel
em andamento
e de torcer um pé

(Adília Lopes, O Poeta de Pondichéry).


Como uma história não precisa ser complicada para nos alcançar. A meu ver, basta ser honesta. E se for cor-de-rosa, melhor ainda : )




5 comentários:

  1. Hello! Ai, Adriana, que dó que não curtiu o livro! Mas, ao mesmo tempo, eu entendo completamente seus argumentos, pois uma grande amiga minha de gostos similares também odiou (na verdade, ela abandonou o barco já no primeiro capítulo). Como explicar essas coisas, né? Eu também tenho um coração meio brega, cheio de gostos inexplicáveis. Mas, incrivelmente, não digeri a onda vampiresca crepuscular (da qual poderia perfeitamente tornar-me adepta devido aos meus amores vampíricos...rs). Mistérios... Agradeço de qualquer forma seu carinho por ter ido atrás da minha sugestão! Mas não vamos parar de recomendar fofuras e bobagens umas às outras, afinal, tem mais coisa brega e boa por aí do que sonha nossa vã filosofia! Beijos...

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    1. Dani! Amei o coração brega... : ) O meu é assim mesmo, brega que dói. Mas sabe o que eu pensei? Um coração precisa ser aberto às possibilidades, meio ingênuo, e aí ele facilmente cai na breguice... E coisas bregas e boas eu amo!!!

      Fico aliviada de uma amiga sua não ter gostado, porque eu estava me sentindo realmente culpada. Mas, você viu, não deu nem para ignorar, a reação foi muito forte...!

      Sabe o que eu pensei depois, sobre o filme? Eles deveriam fazer uma série de TV. Quem sabe? Deu certo com Vampire Diares, que acabou superando os livro. Afinal, eu acho realmente que Jamie merece uma chance de verdade, rs. Beijo!

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    2. Os livro não, sorry! Os livrossssss... : )

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  2. Então, no site oficial da Gabaldon há anos se fala de uma adaptação pros cinemas, inclusive, com roteiro adaptado pelo Randall Wallace (de Braveheart). Isso chegou a constar até no IMDB http://www.imdb.com/name/nm0908824/news?year=2008. Depois passou a se falar em uma série pra Tv... Mas só acredito vendo. Tomara que dê certo! Daí te convoco pra estréia...rs.

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    1. Combinado!!! Você tem visto Game of Thrones? A adaptação na série da HBO está perfeita, até o que eles mudaram caiu bem. Quem sabe Oulander ganha uma versão bacana? Agora é torcer!!!

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