quarta-feira, 14 de setembro de 2011

The Meaning of Life??? - Parte 2

Depois dos livros que li, alguns em agosto, outros já em setembro, trago aqui os filmes desse mesmo período. Foram poucos, não houve muita oportunidade de ir ao cinema, meu lugar favorito no mundo... Minha casa neste planeta maluco.

Eu gosto muito Terence Malick. The Thin Red Line (Para Além da Linha Vermelha, US, 1998) foi o primeiro filme que vi dele. Eu não acreditava num cineasta que filmava o pensamento, o não-tempo, as emoções e conseguia dizer de uma tragédia de forma tão intensa, contundente honesta e, ainda assim, delicada. O Novo Mundo (The New World, US/UK, 2005) não me atraiu no cinema. Dani, uma amiga e aluna muito querida, alertou para a razão: o trailer do filme indicava uma história de guerra e ação muito bobinha, muito diferente do que era a história de Pocahontas contada por Malick. Eu me apaixonei novamente, e flutuei pelo filme, que me trouxe, além da beleza, uma reflexão muito bonita  a respeito do amor. Days of Heaven, seu grande sucesso, no entanto, eu ainda não vi... um dia chego a ele.

Assim, já esperava The Tree of Life (A Árvore da Vida. Terence Malick, US, 2011) com muita ansiedade. Desejava mergulhar novamente nas imagens de Malick, na narrativa sem linearidade, no pensamento filmado em poesia. Não me decepcionei, mas me decepcionei muito. Ahn?

The Tree of Life, para mim,  foi várias coisas. Nas imagens iniciais, a poesia que esperava. Na história da mãe que perde o filho, a intensidade que sabia estar presente. A apresentação da perda de um filho como uma dor tão absoluta que só a mãe pode entender, enquanto os que estão ao redor tentam contemporizar (que frustração!) é uma lição de como o nosso olhar para o outro pode ser descuidado, principalmente nas situações mais extremas, que não conseguimos explicar.

Nas imagens do Big Bang e a criação do mundo eu chorei muito. Enquanto as outras pessoas no cinema se agitavam e conversavam sem parar diante do que não fazia sentido, as imagens de Malick e a explosão do planeta me trouxeram toda a inevitabilidade que cerca a nossa existência. Livre arbítrio, ok. Mas há, na humanidade, uma força tão forte da tradição, que veio mesmo do início da vida no planeta, que nos transforma em grãos de areia. Nossa jornada pessoal, espiritual, se dá num plano físico e denso. A leveza nem sempre encontra reflexo nesse contexto. 


Diante da imensidão, o sentimento de impotência.

Assim, mergulhei novamente em Malick e suas imagens. O difícil, a decepção, para mim, foi a obviedade de certas cenas e, principalmente, da última imagem. O que mais amo em Terence Malick se perdeu na tentativa de explicar o que ele não precisava, de fazer justamente o contrário do que fez nos seus outros filmes: apresentar os seus sentidos e percepções e nos deixar viajar livremente por eles, construindo nossas próprias percepções. Uma intensidade que se perdeu na explicação excessiva. E não falo daqui da trama - a vida de Jack é apresentada em fragmentos, e de alguns detalhes não tomamos conhecimentos.

Você me pergunta, então, se gostei do filme? Eu amei. E detestei o final. Por isso não consigo dizer simplesmente que gostei. Na expressão do que sinto pelo filme, vários opostos se sobrepõem. Mas quem disse que a contradição não faz parte da nossa vivência neste universo?

No dia seguinte, fui, com a Chris, assistir a Assalto ao Banco Central (Marcos Paulo, Brasil, 2011). Normalmente, essa não seria uma escolha minha. Não gosto do cinema de entretenimento brasileiro - ou pelo menos da maioria do que tenho visto. Alguns diretores, claro, são uma exceção: Jorge Furtado, Laís Bodanzky... Mas prefiro, nas produções nacionais, filmes de mais impacto, que fujam da dramaturgia novelesca que ainda predomina no cinema brasileiro. Uma pena dizer isso, mas me incomoda demais. E na primeira cena de Assalto ao Banco Central já vi que era isso que iria encontrar. Mesmo com a edição interessante na sobreposição de diferentes tempos, os diálogos são insuportáveis. A história é tão legal, mas realmente se perde na pressa e descuido de um roteiro muito raso. E atuações terríveis de atores de que gosto muito.

Resisti a  assistir a Os Smurfs (The Smurfs. Raja Gosnell, US, 2011), mas Marcelita flor não me deixou escapar. Tenho de dizer que me diverti muito! E os atores? Neil Patrick Harris e Sofia Vergara, de que gosto muito, além da participação de figuras do mundo da moda nos Estados Unidos. Tim Gunn eu amo!!! Pena que na versão dublada ele ficou uma figura desagradável...


Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of The Planet of The Apes. Rupert Wyatt, US, 2011) foi uma boa surpresa. Está aí uma história construída com cuidado, sem pressa. Um roteiro enxuto, uma produção cuidados, uma boa diversão. É, também, uma boa história sobre como os macacos dominaram o mundo. 

Sutpid, Crazy, Love (Amor a toda Prova. Glen Ficarra, John Regua. US, 2011) eu curti demais. Passeei pelo filme contente e bastante tocada pelas histórias. Percebi como gosto de Steve Carell em papéis mais melancólicos, como o que fez em Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada (Dan In Real Life. Peter Hedges, US, 2007)). A expressão dele, a postura dizem de um homem que perdeu seu lugar no mundo... e não sabe como fazer para se encontrar novamente quando tudo despenca ao seu redor. 
Ryan Gosling eu amo. Amo amo. Amo. A cena do Dirty Dancing foi surreal de tão divertida.

Emma Stone eu não conhecia bem, embora já ouvisse falar muito. Gostei dela nesse filme, e outros estão vindo - um deles é O Espetacular Homem Aranha.


Depois da viagem de férias que foi Crazy, Stupid, Love, todos os filmes que se seguiram até hoje foram infantis. Poli, o fusquinha de polícia (Rasmus A. Sivertsen. Noruega, 2009) é uma animação norueguesa que estava no Festival Internacional de Cinema Infantil - Fici. Escolhemos pelo horário, sem saber muito do filme. Só depois descobri que Marcela pensou ser um filme da boneca Poly... Trata-se de uma estória voltada para a conscientização ambiental. Mas eu não sei o que esses cineastas pensam quando fazem algo tão boboca para as crianças. Wall-E (Andrew Stanton, Us, 2008) traz o problema da exploração excessiva dos recursos do planeta de forma impactante, cuidadosa e muito bem produzida. As crianças - pelo menos as que estavam comigo - sentem a fragilidade de um  roteiro como o de Poli. Assim, gostaram do filme, mas não muito... 

O mais legal para elas foi o que vimos depois. Em Deu a Louca na Chapeuzinho 2 (Hoodwinked Too! Hood vs. Evil. Mike Disa, US, 2011) rimos muito. Diversão total para fechar o domingo.

Ontem, finalmente assisti a O Rei Leão (The Lion King. Roger Allers, Rob Minkoff, US, 1994), que chegou agora aos cinemas em 3D. Só agora, really? É, eu sei, demorou. E Marcela não quis ir comigo, disse que era muito chato. Eu tenho de dar toda a razão para ela. O que foi um sucesso em 1994, hoje não se sustenta mais, principalmente quando comparamos com a complexidade de algumas das animações atuais. Muito violento - muiiiiiiiito -, óbvio, preconceituoso, parece um novelão mexicano. Os personagens são muito rasos, a trama muito moralista, um sufoco ficar no cinema. Mas pelo menos agora posso dizer que vi O Rei Leão...rs.


PS: Hoje, encontrar minha sobrinha de sete anos, ela me perguntou se havia gostado de O Rei Leão. Eu disse como havia detestado e tal e tal. A resposta dela: eu não disse? É muito chato. Primeiro um morre, aí o outro foge, não volta; então vão procurar por ele, acham; ele volta, um outro morre. Argh, fica só nisso... Esse foi o resumo da ópera, rs. 

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