domingo, 4 de março de 2012

"A world of nevers under a never sky"

Fevereiro já passou, em seus 29 dias, mas trago, hoje, os livros que fizeram parte desse mês diferente.

Esta foi a edição que eu li
O título deste post é uma citação do livro de Verônica Rossi, Under The Never Sky. Escritora nascida no Rio de Janeiro, ela viveu boa parte da sua vida nos Estados Unidos e lá publicou seu livro, o primeiro de uma trilogia. A ele eu cheguei por duas razões, basicamente: uma, por ser uma autora brasileira publicando no exterior. Outra, por ser mais uma série voltada principalmente para os chamados "jovens adultos", um tipo de livro que tenho lido muito.


Ao procurar sobre a história no Amazon,  entrei em contato com um termo que não conhecia, dystopian. Distopia. Eu não sabia dele, mas ele já está aí há tempos, e refere-se a várias obras conhecidas. Um mundo distópico é aquele oposto ao utópico e situa-se geralmente num futuro não muito distante. Admirável Mundo Novo e 1984 foram as primeiras histórias distópicas com que tive contato, há tempos, mas outras vêm à cabeça... E são muito populares principalmente nas obras de ficção científica.

Terminologias para cá, terminologias para lá... eu trouxe a distopia aqui para dizer um pouco da afinidade com algumas histórias, mais fortemente com aquelas que se destinam, em nomenclatura, ao público jovem. Aos young adults, que vivem em um mundo cada vez mais distópico, que ruma para um destino - ou fim... - não muito utópico.

As histórias voltadas para jovens adultos têm trazido, a meu ver, questões muito presentes no mundo hoje. E se elas realmente se apresentam muito fortemente no início da vida adulta, em que escolhas são feitas com bastante urgência, elas não desaparecem ao longo da nossa vida. Poderia ser assim, mas é utópico achar que é (sem perdão do trocadilho, rs). Passam os vinte, os trinta anos... chegam os quarenta, os difamados enta que nos acompanharão até, quem sabe, os cem anos e algumas questões, se são transformadas pela maturidade, ainda permanecem. 

Esta é a edição que eu gostaria
de ter lido... capa fofa!
She did it, though she hated opera. She hated everything abut it. The overblown sense of drama. The violence and lewdness. No one had ever died of heartbreaking in Reverie. Betrayal never led to murder. Those things didn't happen anymore. They had the Realms now. They could experience anything without taking risks. Now, life was Better than Real. (p. 79).

O sentido da nossa vida é um desses questionamentos que se transformam, mas não desaparecem. A procura de um lugar na vida também tem permanecido em mim. A busca do amor verdadeiro, o mágico true love... bom, acho que já consegui dar uma ideia do que estou falando, rs.

A história de Aria, que vive aparentemente protegida fisicamente de um mundo ameaçador - o céu está dominado por um elemento nocivo - com todas as experiências de vida acontecendo virtualmente, traz muitas dessas questões. E de forma muito melancólica, o que também tem marcado muitas das histórias que tenho lido. A melancolia faz parte dessa busca... e, presente na escrita, torna-a mais próxima e palpável para mim.

She'd survived the outside. She'd survived the Aether and connibals and wolves. She knew how to love now, and how to let go. Whatever came next, she would survive it, too. (p. 357).

Essa busca não é apenas dos young adults... ela se encontra presente em todas as fases da vida. Pelo menos da vida dos que buscam algo.

Algumas fórmulas de trama e escrita são muito identificáveis em alguns desses livros... a diferença, a meu ver, entre um que eu goste e outro que eu deixe de lado é o quanto, claro, eu gosto da história e a qualidade da escrita. Alguns autores conseguem imprimir uma força e vivacidade no que escrevem de modo a tornar irresistíveis as histórias que contam. Penso que Verônica  Rossi está chegando lá, e mal posso esperar pelo segundo livro... até porque foi uma cachorrada como ela encerrou esse primeiro...!

O segundo livro do mês eu encontrei de forma meio surpreendente, diferente de como costumo chegar aos livros. Nas férias, Carlota, uma amiga, lia um livro de Harlan Coben, que, ela me disse, é um autor de suspense atualmente muito conhecido. Eu não havia ouvido falar dele, mas, quando vi Jogada Mortal, o segundo livro na série do personagem Myron Bolítar, nem me importei em lê-lo fora de ordem. Ambientado no mundo do Tênis, eu resolvi conhecer este autor ali, naquele momento. Outra mudança foi que o comprei em português, já que minha intenção era passá-lo adiante para amigos que sei que gostariam dele - um deles, claro, a Carlota.

Fórmulas, fórmulas... como as adoro quando o livro é bacana, com personagens interessantes. E, aqui, eles aparecem. Algumas tiradas de Myron me soaram exageradas, mas ri muito na maior parte delas. As pessoas aqui são multifacetadas, algumas vezes forçosamente até, mas eu gostei. O primeiro livro de março está sendo o início dessa série, já que a li fora de ordem. Então, novas notícias do front chegarão em breve... agora é aguardar as cenas dos próximos capítulos (novo trocadilho, este post está cheio deles...).


O terceiro e último livro do mês me arranca suspiros... e por isso eu o trarei em um post separado. Afinal, um amor tão querido merece todo destaque : )

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