segunda-feira, 5 de novembro de 2012

The Love we think we deserve


And all the books you've read have been read by other people. And all the songs you've loved have been heard by other people. And that girl that's pretty to you is pretty to other people. And you know that if you looked at these facts when you were happy, you would feel great because you are describing "unity."
(The Perks of Being a Wallflower, p. 72).


Depois de um mês agitado, no finalzinho de outubro houve ainda alguns livros e filmes que fizeram parte dos meus dias. Aqui estão eles.

Depois de ter gostado muito do filme As Vantagens de Ser Invisível, cheguei ao livro de Stephen Chbosky - no dia seguinte, aliás. Algumas histórias demoram a desgrudar da alma, e foi assim com ele. Dessa forma, o livro veio como forma de conversar mais e melhor com o que vi no cinema. 

The Perks of Being a Wallflower foi bem adaptado ao cinema, e isso eu percebi logo de início. Na verdade, o filme consegue trazer a história de Charlie, Sam e Patrick com uma maior delicadeza que as palavras de Chbosky. O livro tem um peso que o filme retira, deixando apenas a força da história.  As cartas de Charlie em palavras - por elas nós o conhecemos - chegaram a cansar um pouco, na verdade. O livro é muito bom, não me entenda mal, há diálogos fantásticos. Mas o filme conseguiu superar, a meu ver, o que o livro trouxe de over. O que surge como inocência, por exemplo, nem sempre soa assim para mim - o filme conseguiu, a meu ver, trazer essa inocência com uma força incrível que o livro traz em peso. Talvez isso ocorra por um perigo que se apresenta quando contamos uma história: a ansiedade de defender uma tese. Quer-se mostrar algo e, em vez de se intrincar no que isso significa, o que prevalece é o tom professoral de defender um ponto. Sempre um desperdício do que poderia ser uma  boa história.

Ou talvez não seja somente a narrativa, mas sim eu gostado tanto da forma como o filme conta a história.... não há como voltar atrás e ler o livro primeiro. Essa é sempre uma escolha que faz parte do encontro com as diferentes formas de narrar: o que ver, o que ler, como ler... a ordem, o dia, o lugar... O que somos, conhecemos, do que gostamos, tudo faz parte. Esse des-vínculo é impossível. Então, pensar no que seria não serve muito de nada - mas a questão sempre fica. 

De qualquer forma, a história é linda e se aproxima do que li nos livros de John Green. É um olhar para a adolescência, a vida, o ser humano muito querido, e eu fico bastante feliz de ver como as histórias têm conseguido se aproximar do que encontramos no viver - e como trazem a importância dos livros, filmes e músicas em como nos situamos no mundo. Tudo de forma intensa, doce e, sempre um presente, honesta.
Bill smiled and continued asking me questions. Slowly, he got to "problems at home." And I told him about the boy who makes mix tapes hitting my sister because my sister only told me not to tell mom or dad about it, so I figured I could tell Bill. He got this very serious look on his face after I told him, and he said something to me I don't think I will forget this semester or ever.
"Charlie, we accept the love we think we deserve."

I just stood there, quiet. Bill patted my shoulder and gave me a new book to read. He told me everything was going to be okay. (Pp. 19/20). 
Then, everyone asked what my last gift was, and I told them it was a poem I read a long time ago. It was a poem that Michael made a copy of for me. And I have read it a thousand times since because I don't know who wrote it. I don't know if it was ever in a book or a class. And I don't know how old the person was. But I know that I want to know him or her. I want to know that this person is okay.
So, everyone asked me to stand up and read the poem. And I wasn't shy because we were trying to act like grown-ups, and we drank brandy. And I was warm. I'm still a little warm, but I have to tell you this. So, I stood up, and just before I read this poem, I asked everyone if they knew who wrote it to please tell me.

When I was done reading the poem, everyone was quiet. A very sad quiet. But the amazing thing was that it wasn't a bad sad at all. It was just something that made everyone look around at each other and know that they were there. Sam and Patrick looked at me. And I looked at them. And I think they knew. Not anything specific really. They just knew. And I think that's all you can ever ask from a friend. (Pp. 49/50). 

Anyway, Mary Elizabeth and I went to see a movie downtown. It was what they call an "art" movie. Mary Elizabeth said it won an award at some big film festival in Europe, and she thought that was impressive. As we waited for the movie to start, she said what a shame it was that so many people would go to see a stupid Hollywood movie, but there were only a few people in this theater. Then, she talked about how she couldn't wait to get out of here and go to college where people appreciate things like that.

Then the movie started. It was in a foreign language and had subtitles, which was fun because I had never read a movie before. The movie itself was very interesting, but I didn't think it was very good because I didn't really feel different when it was over.

But Mary Elizabeth felt different. She kept saying it was an "articulate" film. So "articulate." And I guess it was. The thing is, I didn't know what it said even if it said it very well. (P. 93).


I just wish that God or my parents or Sam or my sister or someone would just tell me what's wrong with me. Just tell me how to be different in a way that makes sense. To make this all go away. And disappear. I know that's wrong because it's my responsibility, and I know that things get worse before they get better because that's what my psychiatrist says, but this is a worse that feels too big. (P. 106).

Depois de Wallflower, eu resolvi mudar um pouco de paisagem. E como precisava dar um impulso para o início da dieta ( : ), resolvi ler os dois primeiros livros de uma série que, conforme li e achei que correspondia ao que vi, resolveu capitalizar em cima do Fifty Shades. Ao ler este último, eu perdi 3 quilos... quem sabe conseguia novamente?

Consegui, mesmo que os livros de Sylvia Day, Bared to You e Reflected in You, da série Crossfire (o terceiro será lançado em maio de 2013),, não cheguem perto da visceralidade dos livros de E.L. James. 

Para não deixar dúvidas sobre a inspiração... 
Capitalizar em cima de um sucesso parece algo apenas comercial, e pode ser que predominantemente seja. No entanto, eu penso que traz algo que é essencial: a discussão sobre o que nos toca e o que achamos. Leitores e espectadores constroem muito das histórias que leem e veem em conversas, quando dizem se suas impressões e sentimentos a respeito. Os escritores fazem isso também, nas obras que aparecem na esteira dos grandes fenômenos. Assim foi com Twilight... e Fifty Shades, originalmente uma fanfic do primeiro, está trazendo outras histórias consigo. E nelas, algumas questões são discutidas com mais atenção, outras surgem e algumas coisas criticadas anteriormente aparecem de forma diferente.

Day apresenta o seu perturbado e sofrido herói milionário, Gideon Cross, em um relacionamento com a também perturbada e sofrida - e não tão pobre assim - Eva. Os personagens secundários aparecem com maior importância, e são igualmente sobreviventes de agressões na infância e adolescência.

O que quebra violentamente, para mim, todo o valor que teria essa tentativa de intensificar e tornar mais realistas seus personagens foi  o que disse também quanto a Wallflower: a defesa de uma tese pode prejudicar o que, se diferente, poderia ser uma história bastante bacana. 

Outro prejuízo é a prevalência das situações ao desenvolvimento dos personagens. Absurdos acontecem só porque a autora deve tê-los achado interessantes como trama. Mas aí o que Gideon poderia ser, por exemplo, se perde numa bizarrice que faz o personagem perder todo seu sentido. Outro exemplo é Eva: uma personagem feminina que é apresentada em contraposição a Ana, de Fifty: mais forte, sexualmente experiente, independente... mas que se perde nas teses de Day. 

Porque uma coisa é certa: a ficção precisa fazer sentido. Esse sentido não diz respeito somente a uma narrativa tradicional, num final que explique, em ações que se justifiquem. Nem sempre compreendemos o que faz sentido... Não é disso a que me refiro.  Esse sentido relaciona-se, mais, a uma percepção de vivacidade, de que há vida na história e seus personagens. Quando Day tenta colocar situações excitantes e extremas, muitas vezes ela perde seus personagens de vista. E isso é uma pena, porque há possibilidades muito interessantes ali. 

No cinema, o último filme do mês foi Skyfall (007 - Operação Skyfall. Sam Mendes, Uk/US, 2012). Eu amo de verdade Daniel Craig como 007. E neste último, em que detalhes do personagem aparecem em um dos meus cenários favoritos, isso ficou mais claro. Achei incrível que nenhuma das surpresas do filmes tenham escapado nas reportagens que li. O que reafirma como é bom quando chegamos no cinema e nos surpreendemos...! 




PS1: Com a estreia de Breaking Dawn Part 2, foi lançado um vídeo do Green Day com uma das músicas da trilha sonora. Eu tenho de confessar que, apesar de tudo de bom que já ouvi a respeito de GD, e mesmo sabendo do seu destaque na música há bastante tempo, eu nunca me atraí muito por conhecê-los. Mas a semana passada poderia ser chamada de Green Day Week na história dos meus dias.

No segundo livro da série Crossfire, Eva e Gideon vão a um show de rock. Eva não sabe, claro, mas  a banda é sua conhecida - o vocalista foi uma pessoa importante para ela. Numa cena particularmente bizarra, há uma música e a letra é transcrita no livro. Eu sei lá por que, ao lê-la, eu pensei no Green Day. Vai entender - bom, eu acho até que entendo. Alguma referências nós assimilamos e reconhecemos, mesmo que não conscientemente. Assim, para adiantar fim do causo, depois, ao pesquisar sobre GD, eu vi que há semelhanças mesmo com o que li. 

No dia seguinte, surgiu o vídeo acima, e a minha sensação aumentou. No mesmo dia, eu li que Rachel Evan Wood havia casado com Jamie Bell, ator de Billy Elliot. Eles voltaram a namorar depois de terem ficado juntos após a gravação de um vídeo (que é lindo) para (advinha???) o Green Day há sete anos e ela o haver abandonado por Marilyn Manson.

Assim que GD apareceu com força nos meus dias na semana passada, e eu não sou de virar as costas para isso. Busquei outras músicas, vi um show no youtube e posso dizer que estou no caminho de gostar bastante deles : )









Nenhum comentário:

Postar um comentário