Bom, depois dos livros, hora de falar dos filmes de outubro. Não foram muitos... mas aqui estão eles.
Havia três que eu queria muito ver, e por eles esperava já há um tempo. Foram os últimos, eu os vi nesta semana segunda, terça e hoje foram dias de sentar sozinha no cinema e viajar longe. E como são de longe os meus preferidos no mês - e estão entre os de que mais gostei neste ano -, começo por eles.
Também quis trazê-los aqui primeiro porque eles ainda estão muito presentes em mim. Não é assim porque são os mais recentes, eu acho... mas porque, juntos, criaram um viagem bastante preciosa - especialmente hoje. Todos eles são mais sérios e intensos do que os trailers promocionais ou suas resenhas deixam transparecer...
The Perks of Being a Wallflower (As Vantagens de Ser Invisível. Stephen Chbosky, EUA, 2012) é a adaptação de um livro bastante querido e conhecido nos Estados Unidos. Não sei do filme como uma adaptação (meu livro ainda vai chegar, mas o autor do livro é o diretor e roteirista da produção no cinema, entonces...), mas como filme e história ele é de cortar o coração. Tudo o que vejo e leio acaba por se relacionar num determinado período, e este mês é o outubro da angústia pelo sentido da vida e pelo entendimento do que somos em histórias com foco no público jovem. The Perks traz muito dos que os livros de John Green me disseram, e todos eles acabam por formar uma reflexão sobre essa vida aí que ando vivendo. Sem concessões, mas de forma muito querida e fofa.
Bill smiled and continued asking me questions. Slowly, he got to "problems at home." And I told him about the boy who makes mix tapes hitting my sister because my sister only told me not to tell mom or dad about it, so I figured I could tell Bill. He got this very serious look on his face after I told him, and he said something to me I don't think I will forget this semester or ever. "Charlie, we accept the love we think we deserve."
(Um trecho do livro que ainda não li... mas essa frase também ficou comigo desde o filme).
Como as coisas que nos machucam só podem deixar de fazê-lo quando olhamos para elas (hello, Hidra de Lerna), quando trazemos o que é mais sombrio, com muito amor e cuidado, para o alcance da visão, aparece em The Perks sem sentimentalismo bobo. Assim também ocorre com um aspecto que assustadoramente presente e naturalizado no meio escolar, o bullying. A aceitação conformada dos personagens - assim também nas histórias de Green - consegue assustar muito e exigir a atenção. Outra pancada é também uma forma de abuso que o filme traz, o familiar - velado e muitas vezes inconsciente na vítima. Um olhar honesto e nada condescendente me me fez sair do cinema com o coração apertado e seriamente emocionada.
E a trilha sonora é the best, de acabar com o coração também. O título deste post veio de uma das músicas do filme e que é uma das minhas preferidas na vida. Não vou trazê-la aqui - ia colocar o vídeo, mas ela é tão especial no filme que, call me crazy, merece ser reconhecida ao vivo e a cores, na sala de cinema...
CASA MOBILIADA. PRINCIPESCA. DEZ CÔMODOS.Do estilo de mobiliário da segunda metade do século XIX, a única apresentação suficiente, e análise ao mesmo tempo, é dada por uma certa espécie de romances de crime em cujo centro dinâmico está o terror da casa. A disposição dos móveis é ao mesmo tempo o plano topográfico das ciladas mortais e a enfiada dos cômodos prescreve à vítima o itinerário da fuga. O fato de que exatamente essa espécie de romance de crime começa com Poe - em um tempo, portanto, em que tais moradias quase não existiam ainda - não diz nada em contrário. Pois os grandes escritores, sem exceção, fazem suas combinações em um mundo que vem depois deles, com as ruas parisienses dos poemas de Baudelaire só existiram depois de 1900 e também não antes disso os seres humanos de Dostoievski.(Walter Benjamin, Rua de Mão única. Editora Brasiliense, 1995, pp. 14/15).
Edward Norton e Bruce Willis estão excelentes e são presenças bastante bem-vindas!
Bruce Willis está também em filme que vi mais no começo do mês, Looper (Looper: Assassinos do Futuro. Rian Johson, US/China, 2012) e de que gostei muito. É uma bagunça de estilos e gêneros, uma delícia. A cada hora ele descamba para algo totalmente diferente, bem doido. É uma curtição de filme, SciFi de qualidade, rs, com a presença também de Emily Blunt e Gordan-Lewite , com uma maquiagem bizarra para se assemelhar a Bruce Wilis. Creepy.
Por fim (neste post, porque o mês ainda não acabou), o lançamento de Procurando Nemo (Finding Nemo. Andrew Stanton, Austrália/US, 2003) em 3D pode não ter trazido nenhuma mudança ao filme, mas para mim foi um presente. O filme não envelhece... e Dory é uma das personagens mais geniais já criadas. Amei revê-la no cinema.
PS1: O prólogo de The Royal Tenenbaums (que o título em português, Os Excêntricos Tenenbaums, preveniu muitos de chegarem ao cinema) é genial. Wes Anderson constrói suas histórias em músicas, narrativas infinitas no que trazem de reminiscências e referências. Vi Tenenbaums esses dias num dos livros de John Green. Em An Abundance of Katherines, que está no post abaixo, a principal Katherine da vida de Colin o apresenta ao filme : )
PS2: Steve Carell, de Um Divã para Dois, e Paul Dano, de Ruby Sparks, encontraram-se aqui hoje... e podem ser visto juntos também em Pequena Miss Sunshine. O personagem de Dano é de cortar o coração e expõe honestamente o quanto família pode ser uma sentença - o lema de Tenenbaums, aliás.
PS3: Já há algum tempo, eu tenho a vontade de assistir a uma exibição de The Rocky Horror Picture Show no cinema. O filme na tela, performances que o acompanham... Eu quase cheguei a ele no Cinema Galande em Paris. Mas fiquei no quase. The Perks of Being a Wallflower compensou um pouco essa perda - com uma das minhas músicas favoritas!!! - e já me preparou para o que posso encontrar no cinema quando conseguir finalmente chegar a uma performance.
PS3: Já há algum tempo, eu tenho a vontade de assistir a uma exibição de The Rocky Horror Picture Show no cinema. O filme na tela, performances que o acompanham... Eu quase cheguei a ele no Cinema Galande em Paris. Mas fiquei no quase. The Perks of Being a Wallflower compensou um pouco essa perda - com uma das minhas músicas favoritas!!! - e já me preparou para o que posso encontrar no cinema quando conseguir finalmente chegar a uma performance.
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