Desde junho não atualizo os filmes que vi no cinema. Tenho percebido que, quando ocorre um atraso assim, algo de que esperava gostar muito acabou por me decepcionar. Foi assim com o último Harry Potter... Olhando agora o ponto em que parei, percebo que a última incursão de Johnny Depp e Tim Burton no cinema me afastaram do Viagens um tempo.

O início do filme é divertidíssimo, coerente, tudo o que o filme poderia ser. Mas, do primeiro terço em diante, a história degringola e perde totalmente a razão de ser para mim, tornando-se sem ritmo e, horrores dos horrores, totalmente desinteressante. Um desperdício dessa natureza não podia ter me afetado pouco, e o atraso de quase dois meses mostra isso.
Madagascar 3: Os Procurados (Madagascar 3: Europe's Most Wanted) também não me entusiasmou muito - vai ver que em junho eu andasse com o pé atrás no cinema, rs. É divertido, mas não genial como os anteriores. A Música do circo do cantada pelo Marty (Afro circo, afro circo, de bolinha, de bolinha, de bolina, Aaaaaaaaafro!) foi o que permaneceu comigo, e posso dizer que por isso só o filme valeu.
Agosto começou justamente com ele, citado acima: The Dark Night Rises (Batman: O Cavalheiro das Trevas Ressurge. Christopher Nolan, US, 2012). O que mais tenho ouvido nas conversas sobre ele é como não consegue superar o filme de 2008, com Heath Ledger como o Coringa. Bom, eu não esperava superação... na verdade, tinha pouquíssimas expectativas, mesmo - e talvez por isso - com toda a festa em torno da produção. Mas o filme me surpreendeu com um ritmo tenso, que vai num crescendo até chegar a um final que nos faz querer saltar da cadeira e vestir a capa do morcego nós mesmos... pense.
O começo do filme foi de tristeza para mim. O atentado em Aurora, na pré-estreia do filme nos Estados Unidos, não saía da minha cabeça e do coração. Nos primeiros 40 minutos de projeção, ficava todo o tempo a imaginar em que momento um psicopata sem amor pela vida teria entrado num cinema lotado e atirado para todos os cantos, matando e ferindo várias pessoas, além de armar sua casa com bombas. Cheguei a pensar que não conseguiria assistir ao filme e acho realmente que o teria visto diferentemente. Sobretudo pela tensão extrema que ele constrói e que não consegue, em nenhum momento, acalmar o coração. Mas assim é a história do Cavalheiro das Trevas, e a isso o filme é bastante fiel.
Como tenho escrito aqui, a ficção me ajuda imensamente a me posicionar nesse mundo e tentar compreendê-lo, justamente ele que se torna cada vez menos incompreensível. Quando do atentado em Aurora, eu só pensava em Precisamos Falar sobre Kevin, livro de Lyonel Shriver de que já falei aqui no Viagens. O livro não traz explicações, como eu acho que não conseguimos dar diante de um absurdo tão gigante... mas situa o imenso vazio que a vida pode representar. Eu sempre o recomendo, apesar de geralmente as pessoas me dizerem que ele é muito pesado. Wells, mais pesado do que vimos nos jornais? Impossível.
PS: No computer, um surto tomou conta de mim. Eu sempre penso que meus preconceitos conseguem se diluir no quanto gosto de coisas tão diferentes e nem sempre "adequadas" em idade e localização. O racional vai contra o que sinto, mas sempre encontro algo que reforça a minha identificação com histórias e produções dirigidas e diferentes públicos e idades. Eu gosto disso... me faz sentir que consigo me movimentar em diferentes espaços. Mas sempre fico receosa por achar que, dessa vez, acabei por ir longe demais, rs.
Em menos de 7 dias, divididos em julho e agosto, eu vi as duas temporadas de uma série australiana direcionada a crianças e adolescentes: Dance Academy, produção de 2010, tem o formato de muitas séries que vemos (minha sobrinha vê, rs) no Boomerangue, Nickelodeon, Disney. Com episódios diários, elas são apresentadas inéditas por algumas semanas, para depois serem repetidas incansavelmente até a próxima temporada.
I'm in love with Dance Academy. Adoro dança, e a série tem muita - com alguma ênfase para, além do clássico, claro, o hip hop, como, creio, uma forma de ter maior alcance. Os personagens, além de fofos, fogem bastante do layout norte-americano a que os acostumamos. A protagonista é confusa e doce, pagadora de mico universal, mas não segura o seriado sozinho - todos eles são muito bons e nada unilaterais. Kat e Sammy são muito bons. Mas todos eles s]ao fortes, crescem e nos conquistam. Fazem com que nos importemos com o que vai acontecer - o que, para Neil Gaiman, é fator essencial a uma história. E aí qual vai nos fazer importar é sempre uma surpresa, pelo menos para mim, rs. O seriado é bem escrito, montado e coreografado. Eu fiz uma imersão nas duas primeiras temporadas, que, além de me divertir e emocionar, me ajudaram a tomar determinadas decisões. Estou esperando agora pela terceira parte.
Assisti a toda a série pelo youtube. Se interessar, segue o link para a primeira parte do episódio de estreia. Na segunda temporada, já encontramos episódios legendados em espanhol, o que ajuda no entendimento do inglês australiano. Big smile : )
Não vi todos esses filmes, mas em geral concordo xD Acho que as expectativas definem a experiência do filme, AMEI Spider-man, mal posso esperar os próximos, não esperava muito de Dark Shadows e achei legalzinho, esperava bastante do Kevin e achei meio estranho, desconectado; esperava muito do Bane e pouco da Catwoman no Batman e acabei me apaixonando por ela, mas achei o Bane meio meh comparado ao Joker e o Scarecrow da mesma trilogia. Vale a pena reassistir o Batman Begins e em seguida o Dark Knight Rises, tem vááários paralelos! Ah, e Brave é diferente de tudo: que outro filme de princesa/heroína tem uma mãe? Que dirá uma mãe com nome e que é personagem principal na história... a maioria das personagens principais femininas são órfãs :P
ResponderExcluirOie! Dark Shadows vc não viu?
ExcluirA expectativa é um perigo, define muita coisa. Mas acho impossível ficar livre dela. Kevin eu gosto do livro, você leu? O filme é blah, principalmente se comparado ao cuidado da escrita da Shriver. Se quiser emprestado, tenho ele aqui. Acho fantástico.
Do Bane eu já não esperava muito e impressionei não com o personagem em si, mas com o crescendo da tensão. A sensação de algo a explodir era constante. Sobre a Catwoman, também achei que ficou muito legal. Mas nada se compara ao Joker, né?
E sobre as princesas... geralmente só aparece a bruxa como figura feminina materna. Mãe e pai com nome e personalidade - amei o pai da Merida, rs - realmente nunca vi. Curti muito : )
Mas nenhuma animação tem se comparado a Meu Malvado Favorito p mim. Viu que vai haver o segundo? Massa.
Bjin, Mandy!!!