Ontem foi dia de sessão dupla de cinema, com filmes que eu queria ver desde o ano passado e que, graças, continuam em cartaz.
O primeiro foi Um Conto Chinês (Un Cuento Chino. Sebastián Borensztein, Argentina/Espanha, 2011), com o querido Ricardo Darín. Chamou a minha atenção que, quando alguém comentava o filme comigo, sempre o fazia com um sorriso doce. Assim foi indo até que cheguei ao cinema e entendi a razão.
O filme deixa em nós um sorriso doce, um olhar terno, um coração feliz, mesmo que, a meu ver, o final tenha sido um pouco apressado, como algumas cenas. Mais alguns instantes em algumas partes e eu o consideraria seria perfeito. Mas nada que comprometeu a história para esta espectadora feliz.
Histórias que, por sinal, são também um protagonista. Lindo lindo foi como Um Conto Chinês nos diz como narrativa que parecem longínquas e absurdas estão mais próximas do que imaginamos. E fazem, mesmo com sua aparente distância da realidade, um sentido enorme na nossa vida. Big smile again : ).
Com o Roberto Darín eu me identifiquei muito. Sua rabugice e falta de paciência com aspectos da vida hoje foram um espelho para mim. Preocupei um pouco também. Afinal, ele se tornou um eremita no seu inconformismo... e eu acho que estou me aproximando desse destino. Preciso ficar com a imagem da vaca e a cena final, lembrando-me de que há muita vida ainda para descobrir nesta existência...!
O segundo filme foi Tudo pelo Poder (The Ides of March. George Clooney, US, 2011), que, ao contrário do Chino, me deixou com o coração apertado e uma sensação de não haver muita escapatória para o mundo.
Faz sentido esse sentimento. Meus dias têm sido assim: fé na humanidade; perda de fé na humanidade. Love me, love me not.
Ver a morte do idealismo é sempre triste. Mas uma amiga que convive de perto com a política disse-me uma vez que se a pessoa se mantém na vida política é porque aceita coisas que não deveria. O modo de viver da política institucional já traz, sem si, uma condição que bate de frente com as boas intenções, a honestidade, a correição de conduta. The Ides of March traz esse aspecto, e é muito enfático ao fazê-lo.
Considero George Clooney um espanto. De ER - que eu amava, não me leve a mal - ele passou a um dos cineastas e figuras mais impactantes de e em Hollywood. Lembro de um ensaio de Tom Ford para a Vanity Fair, em que Clooney aparecia como The Boss - não consegui encontrar a foto na internet, apenas a capa da edição da revista.O respeito que conquistou com o seu trabalho como ator e diretor são incríveis. O crescimento que demonstrou como figura pública é admirável.
But... e sempre há um but (uma das frases mais constantes no cinema, rs), considero um risco a defesa de uma tese muito clara no cinema. O tom fica professoral, didático e se invalida um pouco para mim. Assim aconteceu com Robert Redford em Leões e Cordeiros, de 2007. O tom discursivo atrapalhou a narrativa, que, de outra forma, seria bastante visceral. Em alguns diálogos de Ides, a página do roteiro parecia saltar na tela à minha frente. Na verdade, eu quase podia ouvir a mente de George Clooney elaborando essas falas... e isso me incomodou.
Disse a minha querida sis na saída do cinema, por telefone, que o filme havia me deixado com o coração pesado e os olhos repletos. George Clooney e Ryan Gosling em um mesmo filme seria quase too much... se Clooney tão tivesse, na verdade aparecido tão pouco em imagem (vale enfatizar, poque, como disse, ouvi sua voz todo o tempo).
Gosling é um dos atores que acho mais hot hoje no cinema, e já há algum tempo. Quando digo isso, geralmente me perguntam que filme ele fez. O mais conhecido até agora - e isso está para mudar, pela quantidade de bons filmes que tem feito nos últimos dois anos - é Diário de Uma Paixão, de 2004, uma adaptação do livro de Nicholas Sparks. Agora, não me perguntem em que filme ele realmente me chamou a atenção, porque não consigo lembrar. Mas ele foi chegando devagar, e com Lars and The Real Girl e Blue Valentine eu já gostava bastante dele. Acredito que depois deste ano, o número de pessoas a perguntarem quem ele é diminua bastante. Ele merece; poucos atores hoje são tão versáteis e intensos.
Gosling é um dos atores que acho mais hot hoje no cinema, e já há algum tempo. Quando digo isso, geralmente me perguntam que filme ele fez. O mais conhecido até agora - e isso está para mudar, pela quantidade de bons filmes que tem feito nos últimos dois anos - é Diário de Uma Paixão, de 2004, uma adaptação do livro de Nicholas Sparks. Agora, não me perguntem em que filme ele realmente me chamou a atenção, porque não consigo lembrar. Mas ele foi chegando devagar, e com Lars and The Real Girl e Blue Valentine eu já gostava bastante dele. Acredito que depois deste ano, o número de pessoas a perguntarem quem ele é diminua bastante. Ele merece; poucos atores hoje são tão versáteis e intensos.
Blue Valentine foi um filme que me tocou bastante. Ele se encontra em comentários em post anterior do Viagens e em história no Degraus de Amélie.
Nos créditos finais, uma resposta dos deuses para uma dúvida que tive ontem, rs. Falando sobre o score de Breaking Dawn Part 1, mencionava como Carter Burnwell é um dos meus compositores de cinema favoritos hoje. Acredito que meu afeto ao primeiro e a este mais recente filme da saga vem muito do impacto da música de Burnwell, um colaborador assíduo de Spike Jonze e dos irmãos Coen. Dario Marianelli eu adoro desde Orgulho e Preconceito, de Joe Wright (que ele acompanhou em outros filmes também). Mas um nome que eu tentava lembrar, não conseguia, e os créditos hoje me trouxeram foi o de Alexandre Desplat, compositor do score de vários filmes de destaque nos últimos anos - inclusive New Moon, também da Saga Crepúsculo.
Por fim, ao sair do filme, veio uma dúvida sobre se a história de Tudo pelo Poder se basearia em um fato ocorrido nos US. Já imaginava o personagem de Ryan Gosling escrevendo um livro denunciando a canalhice do seu candidato e das estratégias da eleição presidencial. E se não foi assim, imagino que tenha sido bem próximo. O filme baseia-se na peça para teatro de Will Beaumont, Farragut North. A história encontra-se, claro, na wikipédia...e que de outra forma eu saberia disso???, rs.
Falei muito e já ia esquecendo. Com os dois filmes de ontem, fui pela primeira vez ao mais novo complexo de cinemas de Brasília, o Espaço Itaú de Cinema. Inaugurado em dezembro de 2011, somente agora consegui chegar lá. No espaço antes ocupado pelo Embracine, a comoção pela chegada de um grupo tão importante foi grande e me trouxe muitas expectativa. E aí já viu... cheguei hoje esperando um mundão e encontrei salas apenas adequadas e uma bomboniere absurdamente cara, mesmo quando comparada com o mercado já inflacionado da cidade, e com poucas opção. Mas não é isso que importa e o que realmente espero desse espaço. A real expectativa está em finalmente ter acesso a filmes que não mais chegavam num mercado predominantemente voltado para os filmes de grande público.
Ufa : )
* Hoje, dia 18/01, ao corrigir alguns erros que vi quando reli o post, resolvi mudar o título. Tristeza não era bem o que senti quando do filme, embora ela tenha vindo também. Assim, murro no estômago apareceu para se adequar melhor à contraposição do grande sorriso de O Conto Chinês...
Com tanto atraso, finalmente vi Um Conto Chinês hoje.
ResponderExcluirPode computar mais um sorriso doce de minha parte. Que delícia de filme!
E não é? Muito querido!!!
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